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Bottas acerta passos de última dança importante para Mercedes na temporada

A vitória de Valtteri Bottas foi digna de uma belíssima última dança pela Mercedes. Seguindo corretamente o compasso, teve uma performance irretocável, que exibiu a qualidade de um piloto que vê um 2022 desafiador à frente

14 out 2021 - 04h02
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Valtteri Bottas teve uma atuação irretocável na Turquia
Valtteri Bottas teve uma atuação irretocável na Turquia
Foto: Umit Bektas/AFP / Grande Prêmio

Muito provavelmente, Valtteri Bottas viveu no GP da Turquia sua última grande dança na Mercedes, com a público para prestigiá-la. Também foi muito especial não só por ser sua décima vitória na carreira ou mesmo por ser a primeira em 2021, mas pelo desempenho irretocável em condições que testaram ao máximo suas habilidades. É, talvez, uma das mais bonitas por todas as circunstâncias do campeonato e que chega em boa hora, afinal ajuda sua equipe no Mundial de Construtores — o que é mais do que necessário a essa altura de disputa feroz com a Red Bull — e evidencia a qualidade de um piloto que terá muito a fazer em um desafiador 2022.

A corrida no Istambul Park, 16º etapa da F1 em 2021, foi muito diferente da prova do ano passado. Embora ambas tenham acontecido em pista molhada e consagrado uma vitória da Mercedes, a grande melhora de aderência no circuito turco foi notada e elogiada pela maioria dos pilotos, inclusive Bottas, que a definiu como uma "das pistas mais aderentes" do calendário.

Valtteri Bottas liderou 49 das 58 voltas da corrida do GP da Turquia (Foto: Mercedes)

"Estava muito mais rápido que o que a gente teve no TL1 do ano passado. Finalmente há uma aderência de verdade, diria que é uma das pistas com mais aderência no calendário, inclusive, o que obviamente faz dela mais divertida", disse, após a sexta-feira de treinos livres na Turquia.

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Para ele, o fim de semana não poderia ter sido mais do que perfeito. Junto ao seu companheiro de equipe, o piloto do W12 #77 percebeu a grande vantagem de seu carro numa pista favorável à escuderia alemã. No sábado, mais uma vez, não teve erros. Perseguiu Lewis Hamilton na classificação e, ao terminar em segundo lugar, já que o britânico tinha punição de 10 posições no grid de largada a cumprir por trocar um componente de seu motor, herdou a pole. No domingo, enfim, foi mais uma vez impecável. Largou bem, fez o pit-stop no momento certo, fez as pazes com a pista molhada e venceu. Sua primeira em 2021 e, possivelmente, a última, pelo menos, por um bom tempo.

E é justamente por isso que a vitória vem em um momento mais do que necessário. A temporada sem muito destaque do finlandês é justificável, em vista das oportunidades perdidas ao longo de grandes dificuldades em algumas das 16 corridas até aqui. Como no Azerbaijão, o strike na Hungria, o azar em Mônaco, ou mesmo por não ter conseguido fazer da melhor forma possível o papel de segundo piloto e segurar Max Verstappen, postulante ao título pela Red Bull, em França, Holanda e Rússia — esta última, vale lembrar, por uma estratégia falha de sua equipe também.

Valtteri Bottas comemora com a Mercedes sua vitória na Turquia, possivelmente a última pela equipe (Foto: Mercedes)

Antes da prova no Istambul Park, eram oito pódios, duas poles, 151 pontos e 27 voltas na liderança sem realmente conseguir convertê-las em vitória. Estava há 95,5 pontos de Hamilton, deixando-o longe da briga no Mundial de Pilotos. Mas mostrando que ele precisava entregar mais para o de Construtores.

E entregou. Foi como se uma chave na cabeça do piloto de Nastola tivesse virado. A fórmula perfeita para sair com a vitória? Pensar nele mesmo, sem deixar nada interferir em sua corrida. "Pensando na equipe, com Lewis punido, foi o melhor que poderíamos fazer. Focarei na minha corrida amanhã, é isso que você precisa fazer quando larga na pole e aí manter um bom ritmo", disse após a classificação.

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Funcionou. Depois de um período de incerteza na Mercedes nesta temporada, fica muito claro que a continuidade na Alfa Romeo em 2022 por 'múltiplos anos' acalmou os ânimos, o que o permitiu fazer o necessário. Depois de liderar 49 das 58 voltas no Istambul Park, conta com uma vitória agora na temporada, subiu a marca para nove pódios, tem três poles-position e soma 177 tentos.

E um detalhe importante para além da pontuação total, é o que ela se tornou após o dia 6 de setembro de 2021, data em que sua futura equipe confirmou sua permanência na F1. A partir daí, Bottas somou 54 tentos, mais do que Max Verstappen, com 38, e que seu próprio companheiro de equipe, Lewis Hamilton, com 35. É um fator relevante para as últimas seis corridas da temporada, em que o dono do carro #77 será mais do que necessário.

É a décima vitória do finlandês na carreira (Foto: Mercedes)

"Começou com facilidade ao partir da pole, foi o cara mais rápido da pista, o melhor em termos de gestão de pneus, manteve-se sempre sob controle, marcou a volta mais rápida. Foi uma atuação 10/10", elogiou Toto Wolff, chefe de equipe da Mercedes. "Ele pode desempenhar um papel vital no Mundial de Construtores, mas também ajudar Lewis, porque somente o desempenho de Valtteri impediu Max de marcar mais oito pontos", acrescentou.

E, de fato, pode até ser que, ao longo do ano, tenha faltado pontuar um pouco mais aqui, ou ter melhor desempenho ali; no entanto, como todo bom piloto, uma hora a oportunidade chega e é preciso aproveitá-la. Tardou para Bottas, é verdade. Mas a vitória é quase uma conclusão perfeita para sua trajetória na equipe de Brackley, e uma resposta aos questionamentos que ele mesmo insistia em fazer no início do ano.

"O ponto principal durante o inverno e as férias foi ter sido honesto comigo mesmo e tentar descobrir como posso ser melhor. E saber, quando estiver na corrida, que dei tudo o que pude de melhor tanto do aspecto físico quanto do mental, que dei tudo de mim", desabafou Bottas, ainda na pré-temporada.

Nada, portanto, foi capaz de tirar o triunfo das mãos de Bottas. Leve na pista, ele dançou quase uma valsa, seguiu corretamente o compasso, foi paciente com o tempo e alienou-se ao que acontecia mundo a fora. Foi um espetáculo perfeito do finlandês que, ao final, não merecia nada mais, senão merecidos aplausos de sua equipe e do público presente.

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