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Assoalhos flexíveis? Entenda nova polêmica técnica com Ferrari e Red Bull na F1 2022

Enquanto equipes protestam contra medidas da FIA para controlar quiques, entidade lança diretiva técnica de olho em assoalhos flexíveis que podem fugir do regulamento

6 jul 2022 - 04h16
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As coisas complicaram para Leclerc no fim do GP da Inglaterra
As coisas complicaram para Leclerc no fim do GP da Inglaterra
Foto: Justin Tallis/AFP / Grande Prêmio

FÓRMULA 1 2022: FERRARI VENCE COM SAINZ, MAS COMPLICA LECLERC | Paddock GP  #294

O GP da Áustria acontece neste fim de semana, marcando o encerramento da primeira metade da temporada 2022 da Fórmula 1. E os times chegam ao Red Bull Ring preparados para desafiar a tentativa de intervenção da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para controlar o efeito porpoising (ou quiques, em tradução apropriada).

Segundo a revista inglesa Autosport, boa parte das equipes não está satisfeita com a abordagem da entidade máxima do esporte em relação ao tema, especialmente depois de duas diretivas técnicas lançadas sobre o problema. É de entendimento quase que geral no paddock que não há a necessidade do órgão intervir neste caso.

A questão do porpoising é discutida desde a pré-temporada, especialmente diante do comportamento do W13 da Mercedes - um dos carros que mais sofre com os saltos, que está ligado ao conceito do efeito-solo. Após o GP do Azerbaijão, no início de junho, o heptacampeão mundial Lewis Hamilton reclamou publicamente de dores nas costas após uma corrida, implicando questões físicas relacionadas ao quiques.

Lewis Hamilton (Foto: AFP)

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Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, é um dos que mais se posicionou contra a diretiva técnica da FIA, que teve proposta lançada entre os GPs do Azerbaijão e do Canadá, e que deve entrar em vigor no GP da França. Horner entende como uma mudança de regulamento.

"Eu acho que o processo é algo a se discutir. Diretivas técnicas não deveriam ser mudanças de regulamento, existe uma governância e um processo para isso. Acho que precisamos conversar e entender o motivo do lançamento. Não parece ter acontecido muito porpoising nesta corrida [GP da Inglaterra], então os times estão entendendo melhor. Não sinto a necessidade de uma intervenção de diretiva técnica", afirmou.

A intervenção da FIA será feita por meio de uma métrica de oscilação aerodinâmica. Inicialmente, seria introduzida no GP da Inglaterra, mas, após protestos dos times, a entidade optou por recuar e escolheu o GP da França como estreia da diretriz.

Ao mesmo tempo, Toto Wolff, da Mercedes, faz fortes críticas contra outra situação para controlar o porpoising: os assoalhos flexíveis. Durante a reunião do Comitê Técnico Consultativo na semana do GP do Canadá, surgiram suspeitas que algumas equipes, entre elas, Red Bull e Ferrari - segundo informação do site inglês The Race - estariam burlando o regulamento que deveria limitar a flexão do assoalho e das pranchas dos carros.

Max Verstappen (Foto: Red Bull Content Pool)

O regulamento técnico atual estipula uma flexão de, no máximo, 2 mm nas duas pranchas do meio do carro. Alguns times alegam que rivais conseguem flexionar os assoalhos em até 6 mm, deixando os carros com maior inclinação e mais próximos do asfalto, aumentando a performance sem risco de sofrer com quiques.

"Ninguém tinha ideia até a FIA trazer isso durante a última reunião do comitê técnico, o que foi uma surpresa para todos os times. O que está no regulamento e a intenção do regulamento é claro. Não tem argumento do porquê deveria flexionar mais do que está no regulamento. É meio que uma surpresa, para dizer o mínimo. Chocante", declarou Wolff.

Em um rascunho de diretiva técnica feito pelo diretor-técnico de monopostos Nikolas Tombazis, emitido durante o GP da Inglaterra, a FIA anunciou que vai endurecer as regras sobre a rigidez dos assoalhos, buscando deixar claro que o movimento é para buscar uma "relevância justa e igual entre todas as equipes".

No documento, Tombazis deixa claro que a FIA acreditava que as equipes com "deformação excessiva" do assoalho estavam fazendo isso "para alcançar alturas significativamente mais baixas e, portanto, um ganho aerodinâmico indireto". A tolerância de 2 mm será rigorosamente aplicada e a rigidez ao redor do furo do assoalho deve ser uniforme, para uma distância radial de 15 mm fora da periferia, com uma variação não superior a 10% em qualquer sentido.

Para finalizar, a FIA acrescentou que os competidores serão obrigados a demonstrar conformidade com as disposições por meio de uma inspeção detalhada durante os finais de semana.

O GP da Áustria acontece entre os dias 8 e 10 de julho no Red Bull Ring, em Spielberg. A corrida tem cobertura AO VIVO e em TEMPO REAL do GRANDE PRÊMIO.

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