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AlphaTauri F1 no Catar: de sensação a decepção

Equipe italiana foi muito bem nos treinos livres e na classificação, mas terminou a corrida sem nenhum ponto

23 nov 2021 - 00h28
(atualizado às 09h23)
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AlphaTauri decepcionou no Catar. Na foto, Yuki Tsunoda sai da garagem.
AlphaTauri decepcionou no Catar. Na foto, Yuki Tsunoda sai da garagem.
Foto: AlphaTauri / Twitter

Antes que fosse dada a largada do GP do Catar, a AlphaTauri era vista como a possível terceira força na nova pista do Oriente Médio. Pierre Gasly esteve entre os quatro primeiros em todos os treinos livres, e conquistou também a 4ª colocação na classificação. Mesmo Yuki Tsunoda, que vinha apresentando dificuldades nas últimas etapas, conseguiu um bom 8º lugar no grid de largada. 

Gasly ainda esteve no centro de uma polêmica que se iniciou na classificação e se arrastou até poucas horas antes da corrida. No fim do Q3, o piloto sofreu um estouro em seu pneu, que danificou a asa dianteira e o assoalho de seu carro. O incidente provocou bandeira amarela, que acabou ignorada por Max Verstappen e Valtteri Bottas enquanto esses tentavam voltas rápidas. Já no domingo (21), horas antes da largada, os dois foram punidos e Gasly acabou promovido ao 2º lugar do grid, a melhor posição de sua carreira. Um pódio passou a ser uma possibilidade real.  

A AlphaTauri e a Alpine chegaram ao Catar rigorosamente empatadas na briga pelo 5º lugar entre os construtores, ambas com 112 pontos. O bom desempenho da equipe italiana fez surgir a expectativa de que o time sairia da etapa catari com bons pontos na bagagem. Mas não foi o que aconteceu. 

Mas, ao apagar das luzes vermelhas, tudo desandou. Fernando Alonso, da Alpine, que largara uma posição atrás de Gasly, tomou o 2º lugar logo de cara. Max Verstappen não demorou para deixar o francês para trás, bem como Lando Norris. Com desgaste prematuro nos pneus macios, o piloto antecipou a primeira parada e acabou voltando longe da zona de pontuação. Ele ainda pararia mais uma vez, mas não conseguiu ir além do 11º ao fim da prova.  

Pierra Gasly no Catar
Pierra Gasly no Catar
Foto: AlphaTauri / Twitter

“Foi muito, muito frustrante”, contou Gasly à Autosport. “Nosso ritmo foi um choque. Eu realmente não tenho uma resposta para isso. Tentamos acompanhar o Fernando [Alonso] nas primeiras voltas, mas eu mal conseguia. Optamos por uma estratégia mais agressiva de duas paradas, mas o ritmo não estava lá. Foi muito frustrante.” 

Na tentativa de encontrar uma explicação para o ritmo muito abaixo do esperado, Gasly lembrou que precisou trocar algumas peças de seu carro em razão do incidente na classificação. Os pneus também podem ser uma causa: “Trocamos a asa dianteira e o assoalho depois do quali. Usamos na corrida os pneus médios que tínhamos usado na classificação, não eram novos. Não sei se isso teve impacto. Precisamos revisar tudo, porque eu estava acelerando forte e os tempos de volta não vinham.” 

Os problemas da AlphaTauri não se resumiram a Gasly, no entanto. Yuki Tsunoda largou em 8º e, também seguindo uma estratégia de duas paradas, se viu sem ritmo para se manter na zona de pontuação, terminando a corrida em 13º. 

“Foi uma corrida particularmente difícil”, contou o piloto japonês ao site da F1. “Eu sofri bastante com os pneus macios, especialmente no primeiro stint. Realmente não estávamos esperando isso, já que tivemos um ritmo muito bom durante todo o fim de semana, mas na corrida isso sumiu” 

Gasly sofre na zebra da curva 15: desgate de pneus acelerado
Gasly sofre na zebra da curva 15: desgate de pneus acelerado
Foto: Honda Racing F1 / Twitter

O Diretor Técnico da equipe, Jody Egginton, explicou em partes o que causou o ritmo fraco de seus dois carros. No caso de Tsunoda, o motivo chega a ser inusitado: “O primeiro stint do Yuki ficou comprometido quando uma sobreviseira ficou presa na asa traseira”, contou ao site da F1. “Isso causou perda de carga aerodinâmica e equilíbrio, e precisamos antecipar a primeira parada para poder remover isso, o que o jogou mais para trás que o ideal.” 

Egginton falou também sobre os problemas enfrentados por Gasly: “Com o Pierre, estávamos sofrendo com o equilíbrio, uma vez que ele tinha alto desgaste no pneu dianteiro esquerdo, de forma que não podia seguir os carros à frente. Mais uma vez, fomos forçados a antecipar a primeira parada e adaptar a estratégia para que o desgaste pudesse ser administrado.” 

Para a AlphaTauri, notícia ainda pior que sair zerada foi ver a rival direta pelo 5º lugar entre os construtores acumular expressivos 25 pontos. A Alpine mostrou um ritmo de corrida bem mais forte e conseguiu terminar com Fernando Alonso no pódio, em 3º, e Esteban Ocon pouco atrás, em 5º. Com isso, a equipe francesa abriu uma vantagem considerável na briga, com apenas duas corridas para o fim da temporada. 

Gasly não escondeu a frustração com o resultado obtido pela sua equipe: “Não entendo como os dois carros podem se classificar daquela forma, no top 10, com ritmo bom, e os dois irem para trás a corrida inteira sem mostrar velocidade nenhuma”, desabafou. “É muito frustrante quando você vê onde as Alpines terminaram. Temos que ser objetivos: eles fizeram um trabalho muito melhor que o nosso, e nós só podemos parabeniza-los.” 

Parabólica
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