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Alfa Romeo explica resistência sobre entrada da Andretti na F1: "Não agrega valor"

Chefe da Alfa Romeo, Frédéric Vasseur admitiu relutância e explicou seus motivos para acreditar que a possível entrada da Andretti não seria tão benéfica para a Fórmula 1

12 ago 2022 - 05h24
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Vasseur conversa com Guenther Steiner, chefe da única equipe americana do grid
Vasseur conversa com Guenther Steiner, chefe da única equipe americana do grid
Foto: Haas / Grande Prêmio

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A Fórmula 1 só deveria permitir a entrada de novas equipes se isso for ajudar a trazer estabilidade para o esporte ou um novo fornecedor de motores. Pelo menos é o que acredita o francês Frédéric Vasseur, chefe da Alfa Romeo e que se coloca contra a entrada da Andretti em um futuro próximo. O dirigente explicou sua opinião, alegando que a conversa sobre uma 11ª equipe já aconteceu há alguns anos e que é tudo sobre "agregar valor" à categoria.

"Quando nós falamos sobre a 11ª equipe três anos atrás, pegamos o exemplo da Porsche e dissemos: 'tudo bem, imagine que você tem alguém como a Porsche querendo entrar na F1 por conta própria, faz sentido para nós abrirmos a porta?'", questionou Vasseur em entrevista ao portal Racer. "E nesse caso, você diz que sim, porque agregaria muito valor ao paddock e seria outra fabricante de motores — e não esqueça que estávamos em risco nesse momento", admitiu.

Por outro lado, Vasseur não acredita que uma possível entrada da Andretti seria suficiente para valorizar a F1. A equipe americana não tem a pretensão de entrar como uma fabricante de motores — já teria até mesmo um acordo com a Renault para isso —, e Frédéric não sabe dizer com certeza se o movimento seria benéfico para a F1 como um todo.

Michael Andretti quer entrar na F1, mas enfrenta resistência de boa parte das equipes (Foto: IndyCar)

"Então, é por isso que começamos dizendo que poderíamos abrir as portas", afirmou. "Eu não quero falar sobre a Andretti porque não é pessoal, mas adicionar outra equipe fazendo as mesmas coisas que as outras não agrega valor. Não tenho certeza de que isso faria sentido hoje em dia", opinou.

Outra coisa lembrada por Vasseur é o tempo que as equipes precisarão esperar até que de fato entrem na F1, já que as conversas são para 2026 — quando entrará em vigor um novo regulamento de motores. Assim, o francês disse que não é possível prever como estará a situação da equipe daqui a quatro anos ou se a empreitada seria bem sucedida no caso de uma entrada antes.

"E também porque é um processo em que estamos no meio termo, uma equipe entraria em dois ou três anos e não sabemos qual vai ser a situação em dois ou três anos", avaliou. "Se fossem 11 equipes dois ou três anos atrás, acho que duas ou três equipes teriam colapsado. E assim que uma cai, é como se fosse um efeito dominó", advertiu.

A Sauber, que detém a equipe Alfa Romeo, já foi envolvida nas conversas sobre uma possível compra (Foto: Alfa Romeo)

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"No fim, estará por conta da F1 e da FIA", admitiu. "Não sou um grande fã, porque eu sei de onde estamos todos vindo juntos, e diria que estaria tudo bem se conhecêssemos o projeto, tivéssemos informações e estivéssemos convencidos de que eles trariam valor à F1", ressaltou.

Por fim, Vasseur também opinou sobre o fato da Andretti ser uma equipe americana, mercado que a F1 busca entrar de forma mais forte há anos — e as três corridas nos EUA a partir de 2023 provam isso. No entanto, nem mesmo o efeito de ter um novo time dos Estados Unidos — o grid já possui a Haas atualmente — fez com que Frédéric enxergasse a ideia com bons olhos.

"Mas não acho que o valor pode vir da nacionalidade de certa equipe", comentou. "Um dos principais mercados da Fórmula 1 hoje em dia é a Holanda, e não temos uma equipe holandesa — temos um piloto holandês", finalizou Vasseur.

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