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Albon vive montanha-russa em 2020 e só pódio parece capaz de dar estabilidade

Alexander Albon é um dos pilotos que mais tem oscilado no início da temporada. Longe de Max Verstappen, o tailandês parece um pouco perdido com a pressão, mas o talento segue ali. E o GP da Inglaterra foi exemplo claro de seu momento instável

5 ago 2020 - 04h01
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Alexander Albon voltou a decepcionar e ficou apenas em 12º no grid
Alexander Albon voltou a decepcionar e ficou apenas em 12º no grid
Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

Está difícil analisar o desempenho de Alexander Albon em 2020. Longe de Max Verstappen, é verdade, mas o anglo-tailandês chega a estar mal? Fato é que Albon não tem sido constante, tem oscilado muito e fazer qualquer prognóstico sobre suas corridas tem sido uma missão bastante complicada.

Muitos pontos devem ser considerados para se tentar entender a fase de Albon. O primeiro e mais óbvio é Verstappen. Ter como companheiro um piloto fora de série nunca foi fácil para ninguém mas, no caso de um quase novato como Alex, a missão fica ainda mais complicada. E não é só por causa do talento de Max.

É que a Red Bull tem um carro bastante específico, talvez o mais de todo o grid da Fórmula 1. Com direito até a uma inclinação diferente das rivais, o RB16 foi pensado e moldado para agradar o particular estilo de pilotagem de Verstappen. E seu parceiro que se vire para se adequar.

Alex Albon já tem um enorme desafio que é ficar próximo de Max Verstappen
Alex Albon já tem um enorme desafio que é ficar próximo de Max Verstappen
Foto: AFP / Grande Prêmio

Pierre Gasly, por exemplo, não se deu nada bem com o carro à Verstappen e foi limado da Red Bull nas férias de verão da temporada 2019. No caso de Albon, a adaptação foi um pouco melhor, os resultados foram superiores de imediato e, justiça seja feita, seu desempenho mesmo em 2020 é bastante superior ao que era de Gasly na mesma fase do campeonato passado.

Sexto colocado no Mundial de Pilotos, Albon precisa melhorar por estar no segundo carro mais forte do grid, só que o problema maior nem é tanto sua pontuação, mas sim, a montanha-russa que tem vivido. E tudo isso parece ser um reflexo de alguém que precisa logo subir pela primeira vez em um pódio.

Não dá para cravar que seja por isso, mas existe um Alex de antes do GP do Brasil de 2019 e outro depois. A sensação da Fórmula 1 tinha um segundo lugar nas mãos em Interlagos quando Lewis Hamilton o acertou. A reação? Nos microfones, foi boa, aceitou as desculpas do hexacampeão e seguiu, mas, na pista, nem tanto assim.

Aí, por mais que tenha tido uma pandemia no meio do caminho e meses de vácuo, a F1 volta na Áustria e Albon tinha chances reais de vitória em um para lá de confuso GP da Áustria. Veio, então, um novo incidente com Hamilton, dessa vez bem mais de corrida, mas que ajudou a tirar ainda mais o foco do jovem de 24 anos.

Alex Albon deu uma pancada na sexta-feira na Inglaterra
Alex Albon deu uma pancada na sexta-feira na Inglaterra
Foto: AFP / Grande Prêmio

Depois daquilo, a reação já não foi das melhores nos microfones, já era uma versão mais irritada do tailandês, alguém que parecia crer que o sonhado pódio nunca iria sair. Vieram Estíria, Hungria e Inglaterra e, respectivamente, uma prova apática e duas muito boas de recuperação, mas que seriam bem mais tranquilas não tivesse caído de forma inacreditável no Q2 da classificação.

Por mais que os homens fortes da Red Bull ainda estejam publicamente ao seu lado, Albon sabe que precisa de uma resposta, sabe que precisa de um top-3, quem sabe de uma vitória. E, claro, tudo isso ganha uma dimensão ainda maior quando Gasly, aquele que fora rebaixado em 2019, desde então já tem um pódio e soma uma série de grandes atuações pela Toro Rosso e pela AlphaTauri.

Em Silverstone, o que vimos foram dois pilotos diferentes. Na sexta-feira e no sábado, alguém inseguro, batendo o carro, caindo no Q2. No domingo, apesar de um incidente sem culpa com Kevin Magnussen, um cara aguerrido, que atropelou todo mundo nas últimas 15 voltas da corrida e que, merecidamente, ganhou apoio de seus comandantes.

"Sua recuperação foi excelente. Vimos, em inúmeras ocasiões, sua habilidade de escalar o pelotão. Seu ritmo de corrida era muito bom. Só precisamos de um final de semana sem graça para ele", disse Christian Horner, chefe da Red Bull, após o GP da Inglaterra.

Difícil cravar que realmente seja uma corrida sem graça o que Albon precisa, mas uma coisa é fato: o tailandês tem de encontrar a estabilidade e, no momento, parece que só um pódio pode trazê-la.

Grande Prêmio
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