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Fórmula Indy

Newgarden por milagre, Dixon para evitar pipocada: como Indy decide taça em St. Pete

Scott Dixon e Josef Newgarden tiveram trajetórias bem diferentes durante a temporada 2020 da Indy, mas são os dois pilotos que vão decidir o título do campeonato em St. Pete

21 out 2020 - 04h32
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Scott Dixon tem 32 pontos para Josef Newgarden
Scott Dixon tem 32 pontos para Josef Newgarden
Foto: Indycar / Grande Prêmio

A temporada 2020 da Indy chega ao fim neste domingo (25). Ao todo, 14 corridas formaram um calendário bastante diferente dos padrões, com apenas uma pista de rua, com Indy 500 totalmente fora de época e uma série de circuitos com rodadas duplas. Em um ano de exceção no mundo todo por conta da pandemia de Covid-19, a Indy não fugiu da regra e viveu um campeonato único. O que não mudou, porém, foram os protagonistas: é Scott Dixon x Josef Newgarden.

Sim, é verdade que esperávamos mais de Alexander Rossi e Simon Pagenaud, talvez também de Will Power e até de Colton Herta, mas a briga pelo título virou um duelo. Na realidade, ela quase nem existiu em 2020. É que Dixon disparou loucamente no início do campeonato e só Newgarden, com muito esforço, conseguiu manter a disputa viva até o final. Mas é importante entender como foi o caminho de cada um deles até a decisão, nas ruas de St. Pete.

As trajetórias dos dois postulantes em nada tiveram a ver em 2020. Comecemos, então, pelo líder do campeonato e amplo favorito ao título com 32 pontos de frente: Dixon. Mais experiente e mais vencedor que o rival, Scott completou 40 anos durante uma temporada que, em geral, foi bem distinta do resto de sua carreira. Na história da Indy como um dos maiores, Dixon sempre se destacou pela regularidade, pela tocada mais certeira e pelo lado estratégico e cerebral, mas, definitivamente, não foi esse seu diferencial no campeonato atual.

Scott Dixon emendou três seguidas para abrir o ano (Foto: AFP)

De uma forma inédita na carreira e quase que na história da categoria, o piloto da Ganassi sumiu na frente dos rivais logo de cara. Foram três vitórias em três corridas e, melhor do que isso, uma impressão nítida de que a sorte estava ao seu lado e, principalmente, que Honda e Ganassi estavam um degrau ou até mais acima de Chevrolet e de Penske e Andretti. O cenário era de quase fatura liquidada em menos de um quarto de disputa. Não foi bem assim.

Na realidade, bastava a Dixon que ele fosse Dixon pelo restante do campeonato, ou seja, oscilando ali entre o pódio e o top-5. Assim, seria quase impossível que fosse alcançado em algum momento. De certo modo, foi esse o cenário até Gateway, que recebeu a oitava e a nona corridas do calendário e que, no fim das contas, serviu como ponto de virada para a temporada.

Após vencer a corrida 1 de Gateway em uma prova que parecia que ficaria com Newgarden, Dixon abriu 117 pontos de vantagem. Era a maior distância de 2020 com apenas seis etapas pela frente e sem pontuação dobrada. Mais do que nunca, o campeonato parecia morto, em um combo de competência do neozelandês, de melhor fase de Ganassi e de Honda que ficou evidenciada na Indy 500 e, claro, também com a famosa sorte de campeão. Mais uma vez, não foi bem assim.

Josef Newgarden reagiu na reta final (Foto: Indycar)

E é aí que entra Newgarden. De certa forma abaixo de seu padrão na primeira metade do campeonato, o americano superou a inferioridade de equipamento que teve para Dixon e levou a disputa viva para a final na base do talento e da agressividade. O que se viu, especialmente a partir da etapa de Iowa, foi uma versão de Josef que lembrou seus ótimos tempos de Carpenter, quando ainda estava mais para promessa do que para realidade.

Hoje bicampeão pela Penske, o americano teve como principal mérito o fato de nunca ter desistido e de ter imposto um nível altíssimo para desafiar Dixon. Sobrevivendo em corridas que era claramente inferior, como Texas e a Indy 500, brilhando quando era melhor, como em Iowa e Gateway, Newgarden foi tirando aquele caminhão de pontos de desvantagem e, agora, pode sonhar.

Em uma análise geral, o favoritismo segue sendo de Dixon, que tem o melhor carro, mais vitórias e, claro, 32 pontos de vantagem, podendo garantir o hexa com um mero top-10. Por outro lado, o momento é todo de Newgarden, que tem as melhores atuações do ano, vem tirando a distância e vê um adversário estranhamente errático nas últimas corridas.

Por mais absurdo que isso possa parecer, Scott dá a impressão de ter sentido o momento, de estar travado na hora de fechar a conta. Com as costas no precipício, Josef deu sinais muito melhores e sobreviveu. Agora, aconteça o que acontecer em St. Pete, o título estará em boas mãos e vai premiar ou a supremacia de Ganassi e de Dixon, ou a impecável reação de Newgarden, que também implicaria em uma das maiores pipocadas de todos os tempos da parte do neozelandês.

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