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Fórmula Indy

GUIA 2021: Porto mira estabilidade e luta "de igual para igual" por título da USF2000

Kiko Porto teve a oportunidade de subir de categoria, mas optou por seguir na mesma equipe, a DEForce, para uma segunda temporada de USF2000. O objetivo é simples: superar companheiros e trazer o título para alavancar a carreira

12 abr 2021 - 04h47
(atualizado às 07h35)
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Kiko Porto vai para uma segunda temporada na USF2000
Kiko Porto vai para uma segunda temporada na USF2000
Foto: Reprodução/Twitter / Grande Prêmio

2021 promete ser um ano importante para Kiko Porto, um dos raros brasileiros no Road to Indy. Trata-se de mais uma temporada na USF2000, mais uma temporada pela DEForce. Só que há uma diferença importante na comparação com 2020: depois de um ano de adaptação e resultados progressivamente mais fortes, o próprio piloto sabe que os próximos meses reservam a expectativa de uma luta apertada pelo título.

É o caminho natural. Porto começou a jornada no automobilismo americano de monopostos ainda em 2018, quando iniciou uma passagem de dois anos pela F4 local, já defendendo a DEForce. 2020 reservou a ida para a USF2000, com a primeira temporada rendendo uma vitória e o décimo lugar na classificação final. "Esse ano a gente vem com foco no título", afirmou Porto, entrevistado pelo GRANDE PRÊMIO. "Acredito que vou ter um carro bem na mão para brigar pelo título de igual para igual", seguiu.

A DEForce é uma equipe forte da USF2000, mas que sofreu ausências e trocas de pilotos ao longo de 2020. Em 2021, com a promessa de menos contratempos, é fácil imaginar a escuderia voando alto com Kiko. O problema: salvo Christian Brooks, da rival Exclusive Autosport, o brasileiro sente que seus adversários pelo título serão todos da mesma escuderia.

GUIA INDY 2021

Kiko Porto brilhou na temporada de novato. O foco passa a ser o novo passo adiante
Kiko Porto brilhou na temporada de novato. O foco passa a ser o novo passo adiante
Foto: USF2000 / Grande Prêmio

"O principal é o Christian Brooks. Disputei o título com ele na F4, quando eu fui vice-campeão e ele foi terceiro. É um cara com quem já tenho alguma familiaridade. Nolan Siegel, que é meu companheiro de equipe e um cara muito gente fina. Ele é novo, mas é bem experiente também. E o Josh Green, que vem forte, e o Prescott Campbell, que também é meu companheiro. Eu tô bem de companheiro esse ano, mas é bom pra poder desenvolver o carro", refletiu.

"Mas esse ano eu já posso dizer que meus companheiros são pessoas muito do bem", ponderou. "A gente tem muito mais a evoluir como pilotos [se ajudando] do que ficando um contra o outro. A gente sabe que é muito mais proveitoso com um ajudando o outro. Muito melhor ficar os três se ajudando a disputar lá na frente do que não se ajudar e ficar mais gente lá na frente também. Lógico que essa irmandade fica um pouco de lado na pista, mas tudo que der para fazer para se ajudar antes, a gente vai fazer mesmo, sem dúvida", destacou o pernambucano de 17 anos.

A possibilidade de aprendizado com bons pilotos, aliada à estabilidade de seguir na mesma escuderia por mais um ano, cria uma expectativa positiva em Porto. 2021 talvez seja o ano de um passo adiante na carreira, permitindo voos mais altos dentro do Road to Indy.

"Trabalhar com as mesmas pessoas com quem trabalho desde que comecei nos carros de fórmula é algo muito bom. Além do entendimento do engenheiro sobre o que o piloto precisa em cada situação, é uma comunicação que ajuda muito na hora de mexer em um acerto, de pensar em opções para a corrida. É algo bem positivo. Além disso, acho que a DEForce vem mais forte do que nunca, comparando com o ano passado", falou.

Kiko Porto se destacou ao fim da pré-temporada da USF2000
Kiko Porto se destacou ao fim da pré-temporada da USF2000
Foto: Reprodução/Twitter / Grande Prêmio

Quando o assunto é voos mais altos, por sinal, Porto teve de tomar decisões importantes. Havia a possibilidade de subir já para a Pro 2000, categoria imediatamente acima no Road to Indy. A incerteza, aliada à questão financeira, pesou na decisão de seguir na USF2000 por um segundo ano, sem queimar etapas.

"Tive sim [opções]. A gente conversou com outras equipes, isso é algo que pesou bastante antes de renovar. O nosso plano mesmo era subir para a Pro 2000, mas o lado financeiro apertou durante essa pandemia, infelizmente. A gente optou pela permanência na USF2000. A gente conversou bastante, tinha equipes boas na USF2000, mas a DEForce acabou sendo o melhor custo-benefício para a gente. É uma equipe que investe muito, e estando lá desde 2018 eu consigo perceber a evolução diária deles e o foco para crescer cada vez mais. Essa força de vontade deles foi uma coisa decisiva", apontou.

O primeiro teste de Kiko em 2021 foi na pré-temporada, realizada ao longo de dois dias em Barber. O piloto pernambucano começou figurando fora do top-5. Na reta final, entretanto, o jogo começou a mudar: a DEForce descobriu um problema na configuração de freio do carro e, após ajustes, ajudou o piloto a anotar o segundo melhor tempo da sessão final.

"Já posso adiantar que talvez a gente conseguisse até algo a mais. A gente teve um problema de freio, e quando entendemos isso foi quando a gente conseguiu ficar em segundo. Eu acho que, sim, pode ter gente ainda escondendo o jogo, mas acho também que nossa equipe tem algo a mais para mostrar", comentou.

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Kiko Porto venceu corrida em 2020
Kiko Porto venceu corrida em 2020
Foto: Chris Bucher / Grande Prêmio

Os desafios da pandemia

Porto poderia ter se destacado mais em 2020, mas esbarrou na pandemia. O piloto perdeu as duas primeiras corridas, em Road America, por não conseguir entrar nos Estados Unidos a tempo, dadas as restrições de viagens. Depois, um teste positivo para Covid-19 forçou a perda também da rodada tripla de New Jersey. As ausências não arruinaram a temporada por completo, mas foram uma pedra no caminho.

"Para ser sincero, provavelmente não daria para brigar por título [em 2020]. Teve a etapa de Mid-Ohio, quando a gente estava sofrendo até para entrar no top-10, mas com certeza seria um saldo melhor, com corridas a mais para pontuar", afirmou.

Para combater os problemas do vírus, já existe uma nova estratégia definida: ficar mais tempo nos Estados Unidos do que no Brasil. Assim, o risco de perder corridas decisivas fica menor.

"Eu vou ficar indo e voltando, sim, mas toda vez que eu viajar para lá vai ser por um período muito maior. Por exemplo, eu agora passei 21 dias [nos EUA], e a próxima viagem vai ser para ficar já durante as duas primeiras corridas. Mesmo sendo nesse vai e volta, vou ficar muito mais tempo lá do que aqui", contou.

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