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Armadilha dos números de audiência da F1 na TV; entenda

22 jan 2020 - 15h18
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A divulgação dos dados de audiência da F1 em 2019 tem dados para todos os gostos. É verdade que passou batido por boa parte do público que acompanha a categoria por aqui, que parece mais preocupado em se perder em discussões vazias, saber a data do lançamento da segunda temporada de "Drive to Survive" (Europa 28/02 e ainda pendente de confirmação aqui no Brasil até o momento em que esta coluna é escrita) e a apresentação dos carros.

Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP
Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP
Foto: F1Mania

Quem viu as informações, pode puxar a sardinha para o lado que quiser. No lado positivo, fica clara a informação de que a audiência cumulativa aumentou 9% em relação a 2018 e quebrou a marca de 1,9 bilhão. E que 19 dos 21 GPs tiveram uma audiência maior comparado com o ano anterior (a prova da Itália ficou em 112 milhões).

Mas pra quem teve tempo de ler as entrelinhas, estão lá também dados preocupantes: a audiência em telespectadores únicos caiu 4% em relação ao ano anterior. Em uma rápida análise, seriam cerca de 20 milhões a menos. Nos 20 maiores mercados (Brasil no meio), houve estabilidade.

Tempos atrás, Chase Carey, o todo poderoso da F1, vaticinou que o futuro da transmissão é o streaming. E estamos assistindo uma transição para este modelo. Entretanto, a dona da categoria se vê apertada numa armadilha feita por Bernie Ecclestone.

Quem acompanha a categoria, sabe que o grosso das receitas vem dos contratos de transmissão e dos organizadores das provas. Quando a Liberty Media assumiu, chegou com um discurso de que conseguiria mudar o modelo e "destravar" o potencial de marketing da F1. O que se vê até agora foi um avanço nas redes sociais, que eram nulas na época de Ecclestone, uma maior liberdade de ação. Mas poucas pistas acrescentadas (Vietnã e Holanda até agora), uma briga imensa com os organizadores e pouquíssimos novos parceiros (os principais que estão na categoria ainda são da gestão anterior).

Em termos de transmissão, a Liberty quer abraçar sim o streaming. Tanto que tenta emplacar o seu aplicativo, o F1TV. Mas foram tantos problemas e restrições pelos acordos comerciais que ainda não alcançou o nível esperado. E isso impacta no faturamento. Até agora, os níveis de receita continuam praticamente estáveis desde o início da gestão americana, mas com resultados não positivos.

Foto: Tata Communications

Bratches: pressão sobre a Liberty aumenta e já faz “defuntos”; Carey é o próximo

A pressão sobre os americanos vem aumentando e começa a fazer "defuntos": esta semana, foi oficializada a saída do responsável pelo Marketing da F1, Sean Bratches, que estava desde o começo da gestão da Liberty. Oficialmente, foi uma saída a pedido, para que "pudesse se dedicar mais à família" (Bratches tem 4 filhos, sendo um com necessidades especiais). Mas os resultados apresentados o deixavam na alça de mira. Tanto que a saída já vinha sendo falada desde o 2º semestre do ano passado.

Carey é o próximo da lista e a briga pela sua sucessão está aberta. Os acionistas também pressionam por resultados e as notícias de uma possível venda volta e meia aparecem. Mas o fato é que o campo de batalha da transmissão deve ser visto com muito cuidado. A Liberty tem que manter a relevância da categoria e quer atingir o maior número de pessoas, principalmente renovando o público (o que vem sendo uma tarefa complicada, embora os dados digam que a quantidade de fãs nos 27 principais mercados segue estável, embora "renovada").

E para alcançar o público mais jovem, a F1 acaba por ter que reduzir a influência da TV, já que a busca vai em cima das redes sociais. Mas como abrir mão da receita que as transmissões dão? E mercados-chave na Europa são hoje atendidos por acordos por TV por Assinatura ou de transmissão limitada (na Inglaterra, por exemplo, somente o GP local é transmitido ao vivo. O restante da temporada é veiculado em resumo), o que acaba por reduzir o alcance do público. E mais crítico ainda: como "monetizar" isso?

Este equilíbrio que a F1 vai ter que achar, ainda mais que os maiores mercados televisivos são em transmissão aberta e este ano vários acordos estão vencendo (Brasil à frente). A galinha dos ovos de ouro não pode ser morta, mas a tradição é ameaçada pela modernidade. Como já diz a canção: o novo sempre vem.

Esta é uma coluna do jornalista Sérgio Milani, não necessariamente representa a visão da F1Mania.

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