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Evans vê Vandoorne ser premiado por regularidade e aprende dura lição na Fórmula E

Com campanha digna de campeão, Mitch Evans foi o maior vencedor do ano na Fórmula E com quatro primeiros lugares, mas vê regularidade de Stoffel Vandoorne se sobressair com vantagem considerável antes da última corrida do ano

13 ago 2022 - 07h27
(atualizado às 08h06)
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Evans foi o piloto que mais venceu no ano, mas vê Vandoorne se sobressair com uma vitória
Evans foi o piloto que mais venceu no ano, mas vê Vandoorne se sobressair com uma vitória
Foto: Fórmula E / Grande Prêmio

CHEGOU A GRANDE FINAL: FÓRMULA E SE PREPARA PARA DECIDIR TÍTULO EM SEUL

A briga pelo título da Fórmula E segue viva matematicamente, mas apenas uma combinação improvável de resultados tiraria de Stoffel Vandoorne seu primeiro campeonato mundial. Seria necessário que o belga zerasse a última corrida do ano — algo que só aconteceu uma vez na temporada inteira, no México —, além de mais uma vitória de Mitch Evans neste final de semana. Sendo assim, o triunfo do neozelandês neste sábado, na corrida 1 do eP de Seul, não deixa de suscitar nos fãs da categoria a sensação de que a briga poderia ser muito mais apertada no encerramento do ano.

Não que Vandoorne tenha nadado de braçada até a conquista do título: longe disso, já que o próprio Evans já liderou a tabela de classificação, além de Edoardo Mortara, Jean-Èric Vergne e até mesmo Nyck de Vries, hoje nono colocado no Mundial de Pilotos. O caminho para construir 36 pontos de vantagem antes do início da última etapa do ano foi árduo, com apenas uma vitória pelo caminho, mas muita regularidade ao longo do ano inteiro.

E falando no vencedor da corrida de hoje, a palavra regularidade foi justamente o que faltou no vocabulário de Mitch Evans no começo da temporada. Piloto que mais venceu corridas esse ano, com quatro triunfos, o companheiro de Sam Bird na Jaguar se caracterizou por ser um piloto de altos e baixos — alternou apresentações excepcionais com resultados sem brilho, chegando à última corrida do ano devendo naquilo que Vandoorne sobrou: o equilíbrio.

Evans deixou Mortara para trás com a quarta vitória e se tornou maior vencedor da temporada (Foto: Fórmula E)

As atuações de Evans em finais de semana como o de Roma, em que dominou as duas etapas, ou até mesmo a vitória deste sábado em Seul, quando engoliu Oliver Rowland e Lucas Di Grassi na largada, alimentam a imaginação e fazem crer que o piloto poderia ter brigado ponto a ponto pelo título até o fim, não fosse a dificuldade de somar pontos no início da temporada — até chegar na capital italiana para a quarta corrida do ano, Mitch tinha apenas um tento conquistado.

Além disso, o abandono na corrida 2 de Londres pesou demais às aspirações do neozelandês: Evans andava em quarto, uma posição à frente de Vandoorne, quando abandonou e saiu zerado da ExCel Arena. Não fosse a quebra, teria 12 pontos a mais na tabela, enquanto o rival teria dois a menos — a conta hipotética teria como resultado o placar de 193 a 186 a favor do belga no campeonato, o que indicaria uma briga aberta na última corrida.

No entanto, o cenário vai mesmo ficar no imaginário. Evans demonstrou ao longo de todo o ano ser um piloto extremamente rápido e que responde de forma absolutamente positiva nos momentos de pressão, mas entrou de forma tardia no campeonato. Quase conseguiu virar o jogo com um número alto de vitórias em uma categoria que teve nove vencedores diferentes em 15 corridas — foram quatro triunfos, marca mais alta de 2022 —, mas a situação apresenta um alto grau de dificuldade na véspera da última corrida.

Por outro lado, Vandoorne venceu apenas uma, mas foi mais regular e chega à última corrida com boa vantagem (Foto: Mercedes)

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O exemplo de Edoardo Mortara, em que pese o final terrível de campeonato, segue vivo na memória: foi vice no ano passado e chegou brigando pelo título de maneira firme até a segunda metade de 2022, sucumbindo ao mesmo tempo em que Jean-Èric Vergne e abrindo o caminho para Evans se tornar o único perseguidor a Vandoorne.

O próprio belga passou por uma decepção absoluta em 2021, quando era um dos nomes cotados ao título e viu suas chances escaparem por culpa de outro piloto — levou uma pancada de Oliver Rowland em Londres e o título acabou nas mãos de Nyck de Vries, seu companheiro de equipe.

Entretanto, voltou mais forte este ano — e principalmente, mais regular — para deixar a tão sonhada taça encaminhada com uma corrida de antecedência — e apenas uma vitória na temporada inteira.

Fica, então, a lição para Evans. O piloto da Jaguar ainda pode conquistar o título neste domingo se uma sequência improvável de fatos se concretizar, mas a tendência é de que o ensinamento para o ano que vem fique muito claro: para sonhar com o título, não basta vencer. Tem que convencer, e a regularidade representa o caminho mais curto para isso.

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