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Burti pede cautela com a estreia de Pietro: 'Precisamos não criar uma expectativa muito grande'

Comentarista e ex-piloto avalia chances do novo brasileiro da Fórmula 1 e se diz ansioso por ver Russell na Mercedes

3 dez 2020 - 13h20
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O ex-piloto de Fórmula 1 e atual comentarista da Rede Globo Luciano Burti prevê que o brasileiro Pietro Fittipaldi deve ter uma missão complicada no próximo domingo, quando vai estrear na categoria no GP de Sakhir. Apesar de o País voltar a ter representante na categoria após três anos, Burti explicou ao Estadão que o novato chega à categoria sem ter as condições ideais à disposição.

"Precisamos ter muito cuidado e não criar uma expectativa muito grande em cima desta estreia. Nós sabemos que ele vai estar com o segundo pior carro do grid (Haas) e não treinou praticamente este ano. É difícil que consiga um bom resultado, mas é óbvio que é legal ter um piloto brasileiro lá novamente", disse Burti. A prova de domingo será realizada às 14h, com transmissão ao vivo pelo canal SporTV 2.

O piloto de 24 anos ganhou chance após o francês Romain Grosjean sofrer um grave acidente na etapa passada. Pietro não disputou provas nesta temporada, mas foi chamado pela escuderia por ser o piloto de testes há dois anos e por ter mostrado um bom trabalho nos testes. Ainda assim, segundo Burti, quando se trata de ir para a pista o desafio pode ser complicado para o novato.

"A região do pescoço, se o piloto não estiver treinado, sofre muito em um carro de Fórmula 1. Mas se eu pudesse dar um conselho, falaria para sentar com a equipe técnica, com o engenheiro do carro e vivenciar a fundo todos os procedimentos do fim de semana. Isso facilita quando se está no estresse dentro do carro para reagir bem", disse o comentarista.

Curiosamente, Burti também estreou na Fórmula 1 em uma condição parecida. Em 2000 ele era piloto de testes da Jaguar e foi chamado às pressas para substituir Eddie Irvine no GP da Áustria. O titular sofreu uma crise de apendicite e coube ao substituto assumir o posto. "Na minha época se testava muito mais. Hoje em dia praticamente não tem teste durante a temporada. Eu treinava a cada duas semanas, por dois, três dias seguidos. Por outro lado, o Pietro está tendo pelo menos alguns dias para se preparar. Eu não conhecia a pista e comecei o fim de semana sem saber que ia correr. Foi tudo de surpresa", relembrou.

O comentarista também citou que está curioso para acompanhar o desempenho de George Russell na vaga de Lewis Hamilton na Mercedes. "Ele vai cair também de supetão no melhor carro do grid. Chance de chegar na corrida e surpreender com certeza tem, até pelo que já mostrou na Williams. Mas pensando tecnicamente, é uma corrida para o Bottas dominar e o Russell andar bem", explicou. O heptacampeão está fora da prova por ter testado positivo para a covid-19.

Estadão
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