Fonteles minimiza ausência de Pistorius e descarta disputar Olimpíada
Oscar Pistorius era o grande nome do esporte paralímpico mundial. O sul-africano, entretanto, está afastado das competições depois de ser detido por matar a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, com três tiros, em fevereiro. A ausência do astro, porém, não deve diminuir o nível do Mundial Paralímpico de Atletismo, que acontece entre 19 e 28 de julho, em Lyon. É o acredita Alan Fonteles, um dos principais nomes do Brasil.
Na Paralimpíada de Londres, o paraense foi responsável por derrotar Pistorius na final dos 200 m, ficar com o ouro e provocar a irritação do sul-africano. Fonteles chega a Lyon com o holofote sobre si e expectativa de ouro, que não deve ser facilitado pela ausência do principal nome do esporte paralímpico.
"Com ou sem Pistorius fica a mesma coisa. Hoje tem grandes atletas que podem ficar de frente a frente comigo. O Pistorius não vai interferir em nada. Ele é apenas um atleta como os outros. Para mim, não importa se está ou se não está", afirmou o brasileiro.
Fonteles e Ciro Winckler, coordenador técnico do Brasil, Pistorius teria até mesmo dificuldade em conseguir medalha, já que o nível atual das provas de velocidade é bastante alto. Quatro atletas conseguem correr os 100 m abaixo de 11s, tarefa que Pistorius só conseguiu uma vez, entre eles Alan - os outros são o britânico Jonnie Peacock e os americanos Richard Browne e Blake Leeper.
Além de seus resultados, Pistorius ficou notório por ter sido o primeiro atleta biamputado a competir em uma edição de Jogos Olímpicos além das provas paralímpicas: o sul-africano participou dos 400 m e do revezamento 4x400 m. Fonteles, entretanto, não planeja repetir o feito.
"Não penso em disputar uma Olimpíada. Acredito que tenho muito a crescer dentro do esporte paralímpico. Eu não sou campeão mundial, espero me tornar aqui. Me sinto um grande atleta, mas não posso dizer que não preciso mais de nada. Quero mais para me tornar um grande astro do esporte paralímpico", disse o brasileiro.
*O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.
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