Alonso e Briatore têm nomes em lista de escândalo na Suíça
O mundo do automobilismo não escapou da investigação referente aos crimes fiscais e de negócios ilícitos descobertos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês). Os nomes de Fernando Alonso, Flavio Briatore e Valentino Rossi aparecem na lista de 61 perfis divulgada pelo órgão, originária do vazamento de dados confidenciais do banco HSBC na Suíça.
Chamada de "Swiss Leaks", a investigação foi iniciada em 2008 e realizada por jornalistas de 45 países, após dados do banco britânico serem entregues às autoridades francesas por um ex-funcionário. O jornal francês Le Monde teve acesso as informações e as dividiu com o ICIJ. A matéria foi publicada no último domingo.
A reportagem enfatiza que não é considerado crime o ato de abrir contas bancárias em paraísos fiscais, porém ressalta que o HSBC tinha o conhecimento de que era procurado por clientes com renda obtida de maneira ilegal, como o tráfico de armas, e dispostos a cometer crimes de evasão fiscal.
"As revelações iluminam a intersecção entre o crime internacional e negócios legítimos. Ampliam dramaticamente o que é conhecido sobre comportamento potencialmente ilegal ou antiético no HSBC, um dos maiores bancos do mundo", diz a nota do ICIJ.
Em uma sessão do projeto, Alonso, Rossi e Briatore são mencionados, porém com uma ressalva: "Não é nossa intenção sugerir ou indicar que quaisquer pessoas, companhias ou outras entidades incluídas neste aplicativo interativo quebraram a lei ou agiram de maneira imprópria".
O empresário de Alonso, Luís Garcia Abad, afirmou ao ICIJ que o piloto da McLaren nunca deixou de declarar impostos mesmo quando morou na Suíça.
Já o hexacampeão de MotoGP, Valentino Rossi, é mais desconfiável. O italiano já foi investigado por questões fiscais em 2008, quando ele e o governo do país anunciaram um acordo de quase 19 milhões de euros (cerca de R$ 60 milhões) para dar como encerrada uma investigação de evasão de divisas no que diz respeito ao período em que o piloto da Yamaha morou em Londres.
Briatore, por sua vez, tem o nome ligado a nove contas do HSBC, nas quais é beneficiário de seis delas. Essas contas ainda o vinculavam a outras 38. Entre os anos de 2006 e 2007, o montante de todas elas chegava a bagatela de mais de US$ 73 milhões (quase R$ 200 milhões). O advogado do ex-chefe da Renault na Fórmula 1 afirmou ao ICIJ que todas as contas foram mantidas de maneira legal e que algumas empresas administradas pelo italiano ainda trabalhavam na Suíça.
A investigação ainda revela que brasileiros possuíam mais de US4 7 bilhões (quase R$ 20 bilhões) em 5.549 contas na filial suíça do HSBC.