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| Coluna da Monica |
Deus
27 de dezembro de 2000 |
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A palavra Deus deriva de Theos, em grego e Deus em latim, termos provenientes da raiz indo-européia Div, cujo sentido é brilhar. Cada um representa a Divindade a sua maneira, chegando a ponto de lhe atribuir imperfeições humanas.
Jack Miles é um ex-jesuita que escreveu um livro chamado "Deus - uma biografia". Em 1997, seu esforço resultou num livro erudito e cativante, onde relata, logo nas primeiras páginas, que a imagem de Deus barbudo e bondoso, criador do mundo em sete dias, é o mesmo e desiludido e irado que depois expulsou Adão e Eva do paraíso por causa do pecado original. Depois, decepcionado com sua criação, num ato de descontrole, destrói tudo o que fez com um dilúvio. O autor que rapidamente atingiu a lista dos mais vendidos, continua em sua narrativa, afirmando que somos afeitos às mudanças de humores, porque Deus também o é. E o que aparece nas escrituras é uma fusão dramática dos dilemas humanos.
Deus teria muitas faces: aparece como um herói libertador no Êxodo, um algoz em Isaías, um conselheiro nos Salmos, um espectador no livro de Ruth, um conquistador em Josué e um enigma em Eclesiastes. Portanto, se Ele é o criador do céu e da terra, de tudo; o que há de bom e ruim de louvável e repulsivo, de rico e miserável está em Deus contido. Ele criou o homem à sua imagem e semelhança, portanto o homem é o espelho de Deus.
Uma pesquisa realizada no Brasil declarou que 99% dos entrevistados acreditam em Deus e apenas 1% nega sua existência. O mais interessante desta pesquisa é que as pessoas acreditam em Deus sem necessariamente freqüentarem a igreja ou terem uma religião definida. Porque tantos declaram acreditar em Deus nos tempos modernos ?
As pessoas assumem a fé por decisão e não por tradição, mostrando um amadurecimento da sociedade. É certo que Ele não nos visita com tanta freqüência como nos tempos bíblicos. Poderíamos entender que seus milagres migraram para os sacerdotes da ciência?
Para os espiritualistas, Deus mostra sua verdadeira face em Jesus de Nazaré, que deixa transparecer nos Evangelhos a imagem de Deus: o Pai carinhoso a quem chama de Abba, que em aramaico significa "meu pai querido". Deus é o Pai que perdoa antes que o pecador se explique e ainda prepara uma festa para ele. Por isso, devemos senti-Lo como Deus-amor e "Quem ama conhece Deus" - conforme é relatado na primeira carta de João, pois "Deus, é mais íntimo a nós do que nós a nós mesmos".
Monica Buonfiglio
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