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Algumas vezes, durante a consulta de vidência, se abre um contato direto com a dimensão espiritual. Isso ocorre quando um familiar, amigo ou até um inimigo do consulente tem a possibilidade de enviar uma mensagem, um recado, que tento reproduzir da forma mais fiel possível e com o maior número de detalhes, que minha percepção alcança.

Os assuntos são os mais diversos, mas em geral, a "visita" acontece quando o espírito deseja dar notícias de seu estado atual, fazer alguma sugestão para os familiares ou cobrar algo pendente.

No início de minha experiência como vidente, tais contatos não aconteciam. Com o tempo, e sem nenhum aviso, eles começaram a aparecer. Primeiro, esparsos e depois mais freqüentes e ordenados.

Lembro-me da primeira mensagem que escutei. Estava começando a atender uma moça e, assim que ela se sentou na minha frente, passei a dizer palavras que eu estava percebendo, no mesmo mecanismo desenvolvido no meu processo de vidência. A diferença é que havia alguém além da consulente, a influir na minha percepção. Repeti o que estava vendo.

Alguém reclamava de estar sendo esquecida, negligenciada e pouco considerada. Descrevi um túmulo, disse a cidade onde havia essa sepultura e, afinal, conclui: "é a sua avó, que você e sua família sepultaram há 15 anos e nunca mais estiveram lá". A história conferia. Creio que a consulente tomou todas as providências para visitar o local.

Dali em diante, ficou mais comum receber recados espirituais durante a consulta. Sempre comoventes, alguns felizes, outros raivosos, alguns de perdão, outros de reencontro, são materiais que enriquecem o autoconhecimento e norteiam melhor o futuro.

Marina Gold/Especial para o Terra