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Wall Street calcula em US$25 bi impacto de suspensão do 737 MAX para Boeing

22 jan 2020 - 12h38
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A conta de prejuízos da Boeing com a interrupção no ano passado dos voos do 737 MAX pode alcançar a cifra de 25 bilhões de dólares, estimaram analistas nesta quarta-feira, um dia depois que a fabricante norte-americana de aviões alertou sobre novo atraso no retorno da aeronave ao serviço.

Aeronaves Boeing 737 MAX no aeroporto Grant County International em Moses Lake, Washington, 16/09/2019. REUTERS/Lindsey Wasson/Foto de arquivo
Aeronaves Boeing 737 MAX no aeroporto Grant County International em Moses Lake, Washington, 16/09/2019. REUTERS/Lindsey Wasson/Foto de arquivo
Foto: Reuters

A companhia já registrou custos de 9 bilhões de dólares relacionados à suspensão dos voos, incluindo 5,6 bilhões em gastos com compensação a companhias aéreas operadoras do 737 MAX e 3,6 bilhões em encargos para cobertura de custos adicionais de produção.

A analista Sheila Kahyaoglu, da Jefferies, afirmou que a Boeing poderá precisar aumentar o pacote de compensação aos clientes em mais 10 bilhões de dólares e revisar a estimativa de custos relacionados à produção do 737 MAX em mais 5,4 bilhões de dólares.

"Nossas estimativas são baseadas em um retorno das entregas do 737 MAX no terceiro trimestre de 2020", disse Kahyaoglu, que reduziu o preço-alvo para a ação da Boeing de 420 para 390 dólares.

A Boeing, que está aguardando aprovação de autoridades para concluir a compra do controle da divisão de aviação comercial da Embraer, anunciou na terça-feira que não espera obter aprovação para o retorno dos voos do 737 MAX até meados do ano por causa de potenciais desdobramentos relacionados ao processo de certificação e análise de autoridades sobre o sistema de controle de voo da aeronave.

O vice-presidente financeiro da companhia aérea brasileira Gol, Richard Lark, chegou a dizer na véspera que a empresa esperava um retorno a serviço dos 737 MAX até abril e um acordo de compensação com a Boeing nos meses seguintes. A empresa tem encomendas de 130 unidades do avião e está com sete deles parados desde o ano passado após a suspensão global da aeronave, ocorrida após duas quedas que mataram 346 pessoas.

Procurada após o anúncio da nova previsão da fabricante norte-americana, a Gol afirmou em comunicado que "tem flexibilidade no seu plano de frota para acomodar a nova data que a Boeing indica".

O analista Robert Stallard, da Vertical Research, cortou a recomendação da ação da Boeing de "compra" para "manter" e reduziu o preço-alvo de 388 para 294 dólares. "Nós esperávamos que os resultados da Boeing fossem um desastre absoluto, mas agora isso parece mesmo garantido", disse Stallard.

A Boeing deve divulgar resultados de quarto trimestre em 29 de janeiro. Representantes da empresa não puderam ser contatados de imediato para comentar o assunto.

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