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Volume global de fusões e aquisições cai 35% no 3º tri conforme tensões comerciais crescem

28 set 2018 - 18h31
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As atividades de fusões e aquisições globais caíram para 783 bilhões de dólares no terceiro trimestre, queda de 35 por cento em relação ao trimestre anterior, à medida que a crescente disputa comercial entre Estados Unidos e China lançou dúvidas sobre as perspectivas reguladoras de alguns negócios.

Em julho, a fabricante norte-americana de chips Qualcomm retirou sua planejada aquisição da NXP Semiconductors por 44 bilhões de dólares, após o governo chinês demorar em oferecer autorização antitruste, um movimento visto como retaliação às tarifas comerciais anunciadas pelos EUA.

Isso gerou incertezas sobre as perspectivas de outros negócios envolvendo empresas globais que exigem aprovação regulatória chinesa, incluindo a aquisição da Rockwell Collins pela fornecedora aeroespacial United Technologies por 23 bilhões de dólares.

"Temos algumas nuvens no horizonte, vis a vis um conflito comercial, ou potencialmente uma guerra comercial com a China. Há o potencial para um Brexit difícil e o aumento dos juros", disse Mark Shafir, co-diretor global de fusões e aquisições do Citigroup.

O número de negócios globais anunciados atingiu o piso desde 2013, em cerca de 9.135, e o volume global de negócios caiu 6 por cento em comparação com um ano antes. Com certeza, a atividade de negociação se manteve mais forte do que a média e os primeiros nove meses de 2018 fizeram com que as fusões globais atingissem um novo recorde de 3,2 trilhões de dólares.

A atividade de fusões na Europa tem sido particularmente forte, com negócios no valor de 962,5 bilhões de dólares no ano até setembro, alta de 72 por cento sobre um ano antes e o período mais forte para negociações na Europa desde 2007.

Nos EUA, a atividade cresceu 14 por cento ano a ano, para 368,1 bilhões de dólares no trimestre, foram melhores do que as outras regiões. As transações anunciadas na Europa caíram 14 por cento, para 151,4 bilhões de dólares, enquanto na Ásia-Pacífico caíram 38 por cento, para 185,1 bilhões de dólares, mostraram dados da Thomson Reuters.

Entre os maiores negócios anunciados do terceiro trimestre estão a aquisição da fabricante de software CA pela Broadcom, por 18 bilhões de dólares, e a oferta da Dell de pagar 21,7 bilhões de dólares em dinheiro e ações para recomprar títulos relacionados à sua participação na empresa de software VMware.

Hernan Cristerna, co-diretor de fusões e aquisições globais do JPMorgan, disse acreditar que as empresas irão gradualmente se esquivar de grandes negócios, mas permanecerão ativas nos de médio porte, apesar do ambiente incerto.

"Mais à frente, será difícil sustentar o número de ofertas de mais de 10 bilhões de dólares, ... mas no próximo ano haverá uma grande quantidade de atividade na faixa de 3 bilhões a 5 bilhões de dólares porque as empresas veem a lógica de fazer fusões e aquisições e estão conscientes das dificuldades e riscos de passar por uma grande transação".

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