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Volume expressivo de chuvas no Centro-Sul deve ajudar safra 2022/23 de cana

19 jan 2022 - 18h10
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São Paulo, 19 - As chuvas no Centro-Sul do Brasil entre outubro e dezembro de 2021 superaram a normalidade em pouco mais de 30%, afirmou a analista da StoneX Rafaela Souza em evento trimestral da consultoria com perspectivas para commodities nesta quarta-feira. "Devemos ter chuvas com normalidade até março, com destaque para São Paulo, principal Estado produtor de cana-de-açúcar", disse ela. As precipitações são positivas para a produção de cana-de-açúcar na região, especialmente após quebra da temporada anterior em razão de seca e geadas.

A consultoria manteve a projeção de moagem do Centro-Sul na temporada 2022/23, que começa em abril, em 563,5 milhões de toneladas, 7,3% a mais do que no atual ciclo. Já a produção de açúcar deve avançar 7,2%, a 34,5 milhões de toneladas; e a de etanol, 7,1%, a 29,7 bilhões de litros (incluindo milho). A produtividade agrícola tende a subir 7,3%, a 73,5 toneladas/hectare, mas a qualidade da cana, medida pelo índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), deve cair 1,2%, a 140,7 kg/tonelada.

A expectativa para o mix é de safra um pouco mais açucareira, com o porcentual da cana destinada à produção do adoçante subindo de 45,0% para 45,5%; para o etanol, a expectativa é de recuo de 55,0% para 54,5%. A consultoria projeta que no ano que vem a participação do biocombustível hidratado no consumo do Ciclo Otto deve subir de 25% para 29%.

Na região Norte/Nordeste, o clima também é majoritariamente favorável, e a consultoria projeta que a moagem na temporada 2021/22 suba 3,0% frente à anterior, para 53,6 milhões de toneladas; com produção de açúcar em 3,0 milhões de toneladas (-0,4%) e de etanol, em 2,1 bilhões de litros (-0,6%).

Sobre a produção global, a Índia vem avançando. "O país tem potencial de exportar seis milhões de toneladas", diz Souza. "Desse total, quatro milhões já estão contratados, mas a continuidade vai depender do preço, porque hoje os futuros em Nova York operam abaixo da paridade de exportação." Na Tailândia e na União Europeia, a consultoria aponta recuperação de safra.

Mesmo assim, a dinâmica brasileira de produção mais baixa deve pesar sobre os preços na temporada global 2021/22 (outubro a setembro). "Esperamos que o ciclo corrente global se encerre com déficit de 1,9 milhão de toneladas, o que deve sustentar preços", diz a analista.

Estadão
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