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Veja como foi o primeiro carro popular da história

Empresário barateou custos ao inventar a linha de montagem e abriu as portas para o surgimento do mercado de consumo de massas

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Na última década, as ruas das cidades brasileiras foram tomadas por multidões de novos carros populares que deram um grande impulso à economia nacional. A fórmula que garantiu a prosperidade do país entre 2004 e 2010, no entanto, não tem nada de nova. Ela foi inventada no começo do século 20 pelo empresário que lançou as bases da indústria moderna: o norte-americano Henry Ford.

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Em 1903, ele fundou a Ford Motor Company, que cinco anos depois passaria a produzir o Ford T, modelo que se tornaria o primeiro carro popular da história. Ao investir pesado na introdução de máquinas em sua fábrica, o empresário criou  o conceito de linha de montagem, que baixou muito os custos de fabricação dos veículos, permitindo a Ford aumentar os salários de seus funcionários e baixar drasticamente os preços de seus carros. O modelo logo passou a ser adotado por indústrias do mundo inteiro e a combinação de aumento da renda dos trabalhadores e queda nos preços dos produtos permitiu o surgimento do mercado de consumo de massas. 

Henry Ford com o famoso modelo T, que revolucionou a indústria automotiva no começo do século XX
Henry Ford com o famoso modelo T, que revolucionou a indústria automotiva no começo do século XX
Foto: Getty Images

Um visionário na fazenda

A revolução promovida por Ford se baseou na introdução massiva de máquinas na produção industrial, mas a paixão pela tecnologia surgiu quando ele ainda vivia na fazenda do pai. Henry Ford nasceu em 1863 no condado de Wayne County, localizado no estado norte-americano de Michigan. Filho de fazendeiros, ele começou a trabalhar ainda bastante jovem como responsável pelos reparos das máquinas usadas na propriedade do pai. Foi nesta época que ele começou a observar as possibilidades de redução do trabalho manual oferecida pelas máquinas.

Aos 13 anos, seu pai o presenteou com um relógio de bolso, que Henry rapidamente desmontou e remontou, impressionando amigos e vizinhos, que passaram a mandar seus relógios para que o garoto consertasse. Infeliz com o trabalho agrícola, o jovem deixou a fazenda aos 16 anos para trabalhar como aprendiz de mecânico em Detroit.

Em pouco tempo, ele desenvolveu grande habilidade para consertar e operar motores a vapor. Após passar por algumas empresas, finalmente foi contratado como engenheiro da Edison Illuminating Company, companhia de energia elétrica criada por Thomas Edison.

Três anos depois, ele atingiu a posição de chefia. Com a promoção, Ford passou a ter recursos para financiar um antigo projeto pessoal: criar uma carruagem que se movesse sem cavalos. Assim, em 1896, ele finalmente conseguiu tirar a ideia do papel e criou o primeiro protótipo do Quadriciclo Ford, que se movia com um motor alimentado por gasolina.

Na sequência, ele apresentou a invenção para Thomas Edison, que o incentivou a criar um segundo modelo corrigindo as falhas apresentadas no projeto inicial. Após algumas tentativas, ele criou um modelo chamado 999, que se notabilizou por atingir 147 km/h, uma velocidade incrível para a época.

Empresário ficou famoso por introduzir o modelo de linha de montagem na indústria
Empresário ficou famoso por introduzir o modelo de linha de montagem na indústria
Foto: Evening Standard / Getty Images

Revolucionando a indústria

A repercussão gerada pelo feito o ajudou a conseguir US$ 28 mil junto a investidores para criar sua própria fábrica de automóveis. Nascia assim, em 1903, a Ford Motor Company. Depois de patinar nos primeiros anos, a empresa decolou em 1908, com o lançamento do revolucionário Ford T.

Entre as novidades trazidas pelo modelo estavam o volante localizado no lado esquerdo e o motor e o câmbio fechados dentro do capô, trazendo muito mais segurança para o condutor. Além disso, a dirigibilidade do veículo era muito superior à dos carros da época.

Para completar, Ford resolveu implantar, em 1913, o modelo de linha de montagem e a produção em série em suas fábricas. Com isso, ao invés de um trabalhador ficar responsável por todo o processo de construção do carro, ele passava a se especializar em uma determinada etapa. Isto fez com que o preço final dos carros Ford caísse ano a ano, se tornando muito mais acessíveis para o consumidor.

Com a diminuição dos custo de produção, no ano seguinte Ford anunciou um programa de redução da jornada de trabalho, folgas nos finais de semana e um aumento no salário mínimo diário para US$ 5, montante bem superior ao oferecido pela concorrência. O pacote resultou na migração dos engenheiros mais qualificados do setor para suas fábricas, aumentando ainda mais a hegemonia da empresa.

Todas estas medidas foram fundamentais para a popularização do automóvel e o posterior crescimento da empresa. Para se ter uma ideia, cerca de metade dos carros dos Estados Unidos em 1918 eram do modelo T. Neste mesmo ano, Henry transferiu o controle da companhia para seus filhos, mas manteve a autoridade de dar a decisão final em algumas questões. Mesmo com uma participação menor do fundador, a Ford Motor Company continuou inovando, e na década de 1930 a empresa passou a adotar um sistema de atualização anual dos modelos, similar ao adotado hoje pelas indústrias automotivas.

Ford, no entanto, nunca conseguiu se afastar totalmente de sua empresa. Em 1943, aos 80 anos, o empresário chegou a reassumir a presidência da companhia, mas a saúde debilitada o obrigou a abandonar o cargo dois anos depois, passando o bastão para seu neto, Henry Ford II.

Vítima de uma hemorragia cerebral em 1947, Ford deixou este mundo para entrar para a história. Pioneiro da indústria moderna, é considerado até hoje como um dos grandes empresários da história dos Estados Unidos, tento papel fundamental na construção da economia do país nas primeiras décadas do século XX.

Fonte: PrimaPagina
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