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Vida de Empreendedor

Jornalista com câncer cria marca de roupas para pacientes em tratamento

A marca Santa Agatha Oncoclothes busca oferecer maior conforto para quem está em tratamento contínuo de doenças

9 out 2024 - 05h03
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Resumo
A jornalista Samantha Leal, diagnosticada com câncer em 2015 e novamente em 2022, encontrou um propósito ao criar a marca de roupas Santa Agatha Oncoclothes voltada para pacientes oncológicos.
Samantha Leal descobriu a metástase em 2022
Samantha Leal descobriu a metástase em 2022
Foto: Divulgação

Desde 2015, a jornalista Samantha Leal, 46, vive altos e baixos por causa do câncer. Naquele ano, ela descobriu a doença após sentir um caroço na mama; retirou os seios; engravidou sem saber durante o tratamento; e, em 2016, já estava bem. Até que, em 2022, sentiu um novo caroço, dessa vez, na axila. O câncer havia voltado.

"Quando você fala em metástase, você pensa: 'Pronto, agora já era. Vou morrer'", relembra Samantha sobre a sensação que teve ao ser diagnosticada outra vez.

Agora, ela descobriu um propósito que, por mais irônico que pareça, a faz esquecer um pouco do sofrimento que a doença lhe traz: Samantha criou a marca de roupas Santa Agatha Oncoclothes, voltada para pacientes oncológicos.

"Tem dias que eu fico o dia inteiro focada nisso, e eu não sinto dor. Às vezes você está naquele ritmo, que nem cansada fica. Isso faz com que eu não pense na doença, não pense nas dores", afirma.

Como são as roupas para pacientes oncológicos

Samantha não faz quimioterapia. Ela conseguiu, através de ajuda judicial oferecida pela ONG Amor e União Contra o Câncer (Amucc), de Santa Catarina, receber de forma gratuita um remédio que custa cerca de R$ 10 mil a dose. Mesmo não sendo tão forte quanto a quimioterapia, a jornalista conta que sente efeitos colaterais e que está sempre realizando novos exames.

Foi quando iria realizar uma endoscopia que percebeu o desconforto que a roupa que vestia lhe trazia.

"Nos exames, é tudo muito frio. Então, eu fui fazer uma endoscopia e eu estava com uma blusa de frio, mas não conseguia arregaçar a manga. E eu tive que botar o braço por dentro da blusa para poder achar a veia. Aí, eu falei para a enfermeira: 'Podia ter um zíper aqui'", relembra.

Naquele momento, a ideia ficou por aquilo mesmo. Ela voltou à cabeça de Samantha tempos depois, em uma viagem à Itália que fez este ano, em um ímpeto de coragem e vontade de viver.

"Foi numa época que o meu remédio não chegou, porque ele é entregue pelo Estado, então, às vezes atrasa. Surgiram nódulos no fígado, porque o remédio também abala o fígado. Então, eu fiquei pensando assim: 'Ou eu vou ter que fazer quimioterapia ou acabou. Então, eu vou viver a vida'. E eu fiz uma loucura: peguei um empréstimo e fui para a Itália", conta.

A jornalista chegou a enviar uma carta ao Vaticano pedindo ingresso para participar da audiência papal e foi atendida. Quando recebeu a devolutiva positiva, não teve dúvidas de que precisava fazer acontecer a viagem.

Já na Itália, antes da ida ao Vaticano, Samantha visitou Milão.

"E no Duomo de Milão, aos pés de uma imagem que eu nunca tinha visto, eu comecei a chorar. Intrigada com esse súbito sentimento fui ler de quem era a imagem. Era Santa Agatha, protetora das mulheres com câncer de mama. Aí mesmo é que eu desabei", revela.

Samantha então se lembrou da ideia que tinha tido sobre as roupas com aberturas para realização de exames e voltou para o Brasil decidida a criar o negócio. Aqui, fez o primeiro teste: com um moletom comum, levou a uma costureira para que colocasse um zíper no braço e ela mesma experimentou durante as idas às clínicas. "O pessoal começou a alucinar", diz, lembrando a aprovação que recebeu.

O passo seguinte foi encontrar uma modelista, que lhe indicou onde comprar os tecidos e começar a fabricação própria. Junto com uma sócia, Samantha diz ter investido cerca de R$ 30 mil no negócio, que recentemente veio a receber um investimento anjo.

Dra. Marcela MC Gowan explica fatores de risco do câncer de mama:

Imersão no universo oncológico

Em seu primeiro diagnóstico, Samantha conta que vivia em sua própria bolha. No segundo, encontrou através da ONG Amucc e das redes sociais comunidades de apoio de pessoas que convivem com a doença.

"É muito confortante eu estar perto de pessoas que também estão lutando. Pessoas que estão há 17, 20 anos com metástases e estão bem. Mostra que eu tenho muita vida pela frente", afirma.

Participando de eventos e palestras neste meio, Samantha acabou encontrando alguém que, espontaneamente, se ofereceu para investir R$ 120 mil na marca. Com esse valor, ela espera manter as operações rodando por uns quatro ou cinco meses até começar a ter retorno pelas vendas.

A Santa Agatha Oncoclothes já vendeu cerca de 100 peças até o momento e tem fila de espera. A quantidade é comemorada por Samantha, já que o lançamento oficial da marca acontece neste mês de outubro, período de conscientização contra o câncer de mama. Para a ocasião, estão programados dois desfiles em Florianópolis, cidade onde a jornalista mora, para divulgar o lançamento.

Fonte: Redação Terra
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