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Vendas no varejo dos EUA surpreendem com queda, conforme economia perde força

1 abr 2019 - 13h20
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As vendas no varejo dos EUA caíram inesperadamente em fevereiro, o mais recente sinal de que o crescimento econômico passou para marcha lenta, com a perda de impulso do estímulo de 1,5 trilhão de dólares em cortes de impostos e do aumento dos gastos do governo.

Consumidores em supermercado em Bentonville, nos Estados Unidos
04/06/2015
REUTERS/Rick Wilking
Consumidores em supermercado em Bentonville, nos Estados Unidos 04/06/2015 REUTERS/Rick Wilking
Foto: Reuters

Houve, no entanto, algumas notícias encorajadoras sobre a economia. Outros relatórios divulgados nesta segunda-feira mostraram uma recuperação na atividade industrial em março e o terceiro aumento mensal seguido nos gastos com construção em fevereiro. Ainda assim, os riscos para o crescimento econômico no primeiro trimestre permanecem inclinados para baixo.

A perda de ímpeto também reflete taxas de juros mais altas, a desaceleração do crescimento global, a guerra comercial de Washington com Pequim e a incerteza sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Esses fatores contribuíram para a decisão do Federal Reserve (Fed) no mês passado de encerrar abruptamente um ciclo de três anos de aperto da política monetária. O banco central dos EUA abandonou as projeções de aumentos de juros neste ano, após elevar em quatro ocasiões os custos dos empréstimos ao longo de 2018.

"O consumidor está perdido, e isso contribui para uma perspectiva econômica sombria neste ano se eles não conseguirem encontrar seu caminho", disse Chris Rupkey, economista-chefe da MUFG em Nova York. "O Fed foi sábio ao evitar mudanças" na política monetária, acrescentou.

As vendas no varejo caíram 0,2 por cento, com as famílias cortando as compras de móveis, roupas, alimentos e eletrônicos e eletrodomésticos, bem como materiais de construção e equipamentos de jardinagem. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo subissem 0,3 por cento em fevereiro.

Frente a um ano antes, a alta foi de 2,2%.

Os dados de janeiro foram revisados para melhor. As vendas subiram 0,7 por cento em janeiro, ante elevação de 0,2 por cento divulgada inicialmente.

O dólar caía nesta segunda-feira, enquanto os juros dos Treasuries de 10 anos subiam, e o índices acionários dos EUA avançavam.

ENFRAQUECIMENTO DA DEMANDA

Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas no varejo caíram 0,2 por cento em fevereiro, após uma alta revisada para cima de 1,7 por cento em janeiro (alta de 1,1 por cento divulgada inicialmente). O chamado núcleo das vendas no varejo corresponde mais de perto ao componente de gasto do consumidor do Produto Interno Bruto (PIB).

Os gastos dos consumidores respondem por mais de dois terços da atividade econômica norte-americana. A forte revisão para cima do núcleo das vendas no varejo em janeiro foi insuficiente para reverter a queda de mais de 2,0 por cento registrada em dezembro, deixando intactas as expectativas de crescimento morno do PIB no primeiro trimestre.

Algumas estimativas para a expansão do PIB no primeiro trimestre chegam a uma mínima de 0,8 por cento (taxa anualizada). A economia cresceu 2,2 por cento no quarto trimestre, após expansão de 3,4 por cento np período entre julho e setembro.

Mas algumas boas notícias têm surgido de alguns setores da economia. O Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou nesta segunda-feira que seu índice nacional de atividade fabril subiu para 55,3 em março, ante leitura de 54,2 em fevereiro, quando desceu ao menor nível desde novembro de 2016.

O dado veio ligeiramente melhor que a projeção de 54,5 de uma pesquisa da Reuters com 69 economistas. Leituras acima de 50 indicam expansão no setor manufatureiro, enquanto abaixo revelam contração.

Outro relatório do Departamento de Comércio mostrou que os gastos com construção aumentaram 1,0 por cento em fevereiro, alcançando uma máxima em nove meses, após alta de 2,5 por cento em janeiro.

((Tradução Redação São Paulo; 55 11 5644-7757))

REUTERS JCG LM

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