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Vendas do varejo surpreendem e crescem acima do esperado em julho

Aumento foi de 1% em relação a junho e de 4,3% na comparação com o mesmo mês de 2018; para o IBGE, evolução gradual do mercado de trabalho e o avanço do crédito explicam o resultado

11 set 2019 - 09h52
(atualizado às 14h20)
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RIO - As vendas do comércio varejista surpreenderam e cresceram em julho acima do esperado pelos analistas do mercado financeiro. O varejo teve alta de 1,0% em relação a junho, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o melhor para o mês desde 2013.

A previsão mais otimista captada pelo Projeções Broadcast para o resultado do setor era de avanço de 0,80%. A mais pessimista indicava uma queda de 1,70%, com mediana positiva de 0,10%. Na comparação com julho de 2018, o crescimento foi de 4,3%.

Segundo a gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, Isabela Nunes, a melhora gradual do mercado de trabalho e o avanço nas concessões de crédito impulsionaram as vendas em julho. "O mercado de trabalho vem evoluindo gradualmente, com aumento de pessoas ocupadas", disse Isabella.

Com mais trabalhadores na ativa, a massa de salários em circulação na economia aumentou. Ao mesmo tempo, a concessão de crédito livre para pessoas físicas cresceu 13,3% em julho ante junho, conforme dados do Banco Central (BC).

"Isso ajuda a explicar principalmente (o desempenho dos segmentos) de supermercados e artigos de uso pessoal e doméstico", afirmou Isabella.

A pesquisadora ressalta que o comércio varejista mostrou recuperação em julho tanto na comparação com o mês anterior quanto em relação a julho do ano anterior. "O mês de julho teve espalhamento maior de crescimento entre as atividades", justificou.

Em relação a julho de 2018, seis das oito atividades do varejo tiveram crescimento em julho deste ano. Os destaques foram Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,9%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,5%) e Móveis e eletrodomésticos (7,4%). Os demais aumentos nas vendas ocorreram em Tecidos, vestuário e calçados (6,6%) e Combustíveis e lubrificantes (5,0%).

As perdas ocorreram nos setores de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-18,5%).

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve avanço de 7,6% no volume vendido em julho ante julho de 2018, a quarta taxa positiva consecutiva. O setor de Veículos, motos, partes e peças teve crescimento de 17,1%, enquanto Material de construção subiu 7,9%.

As vendas de veículos têm mostrado recuperação, alavancando os resultados do varejo ampliado ao longo dos últimos meses. No entanto, o volume vendido para pessoa jurídica cresce mais do que para pessoa física, disse a pesquisadora.

"Essa atividade vem recuperando devido à melhora das condições de financiamento. É uma tentativa de absorver a perda de exportações. De certa forma, o mercado interno vem se ajustando, melhora o financiamento para veículos", explicou Isabella. "As aquisições crescem bem mais entre pessoas jurídicas, já vêm crescendo há bastante tempo. O crescimento de crédito para pessoa física começou a crescer mais recentemente."

Estadão
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