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Vale vê aumento de até 3% na demanda global por minério de ferro em 2020

25 out 2019 - 11h49
(atualizado às 12h49)
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A Vale , tradicionalmente a maior produtora global de minério de ferro, espera um crescimento de 2% a 3% na demanda global pelo produto em 2020, vendo uma demanda robusta na China, disse o diretor de Ferrosos da companhia, Marcelo Spinelli, nesta sexta-feira.

Vista da mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) 4/2/2019 REUTERS/Washington Alves
Vista da mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) 4/2/2019 REUTERS/Washington Alves
Foto: Reuters

Ele afirmou também que espera um crescimento de 1% na produção de aço no ano que vem na China, maior consumidora global do minério de ferro.

A estimativa é de um "pequeno crescimento" na produção de aço chinesa, mas que ainda garante "uma robusta demanda de minério de ferro", disse Spinelli, em teleconferência para comentar os resultados do terceiro trimestre.

Segundo ele, à medida que a Vale retoma sua capacidade de produção paralisada de 50 milhões de toneladas ao ano --em meio a uma revisão da segurança de suas barragens após o desastre de Brumadinho, em janeiro-- "vai equilibrar novamente" sua oferta.

A companhia reiterou que espera retomar essa capacidade de produção de minério de ferro ao longo de 2020 e 2021, o que poderia elevar a capacidade anual de produção total para níveis de 400 milhões de toneladas.

Na véspera, a empresa afirmou ainda que está avançando na descaracterização de nove barragens a montante, conforme o planejado para as estruturas do mesmo tipo de Brumadinho.

Duas delas, Fernandinho e 8B, serão completamente descaracterizadas em 2020, e a barragem Grupo será concluída em 2022.

A mineradora reportou na noite de quinta-feira lucro líquido de 1,654 bilhão de dólares no terceiro trimestre, alta de 17,5% ante o mesmo período do ano passado, com a forte geração de caixa da empresa permitindo redução da dívida líquida em 4,4 bilhões de dólares no período.

Por volta das 12h30, as ações da Vale tinham alta de 2,7%.

ESTABILIZAÇÃO

Segundo o presidente-executivo da companhia, Eduardo Bartolomeo, a companhia teve no terceiro trimestre um período de estabilização, após o impacto negativo da queda de uma barragem, mas uma retomada de pagamento de dividendos ou movimentos de recompra de ações dependerão ainda do progresso das reparações da tragédia do início do ano.

O CEO disse que em algum momento a companhia terá condições de voltar a pagar dividendos, "mas este momento ainda não chegou".

Para o analista Caio Ribeiro, do Credit Suisse, os resultados do terceiro trimestre foram em linha com o esperado, indicando que a companhia gradualmente está "virando a página" do desastre que matou mais de 250 pessoas.

"No geral, um resultado bastante decente, o que indica que os desafios relacionados à tragédia de Brumadinho estão sendo superados", disse Ribeiro, em relatório ao mercado.

Questionado sobre meta de endividamento de 10 bilhões de dólares da Vale, o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani, lembrou que, embora a companhia tenha reduzido em mais de 4 bilhões de dólares a dívida líquida no terceiro trimestre, para 5,321 bilhões de dólares, o restante para o alvo do endividamento é complementado com os montantes separados para provisões pela tragédia.

A redução da dívida líquida se deveu principalmente à liberação de caixa bloqueado no valor de 1,8 bilhão de dólares e à forte geração de caixa durante o trimestre, disse a companhia.

Ele disse ainda que a Vale deverá divulgar ao mercado informações sobre um cronograma para a retomada das operações da Samarco, joint venture da empresa com a BHP, que está paralisada após o desastre com outra barragem desde 2015.

Uma reunião na secretaria de meio ambiente de Minas Gerais discute a liberação de uma licença de instalação do complexo de Germano nesta sexta-feira. Isso poderia permitir a retomada das operações.

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