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Vale promete "colchão de segurança bastante superior" em barragens para evitar novos rompimentos

27 jan 2019 - 18h28
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O diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, prometeu neste domingo que a mineradora vai criar um sistema de segurança nas barragens bastante superior ao atual para evitar uma repetição de rompimentos como o ocorrido na sexta-feira em Brumadinho (MG), que deixou dezenas de mortos e quase 300 desaparecidos.

Barragem da Vale em Brumadinho após rompimento em 25 de janeiro 27/01/2019
Imagem de satélite
©2019 DigitalGlobe, a Maxar company/Divulgação via REUTERS
Barragem da Vale em Brumadinho após rompimento em 25 de janeiro 27/01/2019 Imagem de satélite ©2019 DigitalGlobe, a Maxar company/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

"Nós vamos criar um colchão de segurança bastante superior ao que a gente tem hoje para garantir que nunca mais aconteça um negócio desse", disse Schvartsman em entrevista à Globonews em Brumadinho.

Segundo Schvartsman, a barragem de rejeitos que se rompeu estava "100 por cento dentro das normas", e mesmo assim houve o colapso da estrutura, que provocou uma avalanche de lama que atingiu comunidades próximas e a área administrativa da própria empresa.

De acordo informações divulgadas pela Defesa Civil de Minas Gerais na tarde de domingo, ao menos 37 pessoas morreram e 287 estão desaparecidas em consequência do rompimento.

"Existia uma série de ações em andamento que não foram de invenção da Vale, foram feitas por especialistas internacionais de renome, e nós seguíamos à risca tudo. Eu não sou técnico em mineração, eu segui a orientação dos técnicos e esse negócio deu no que deu, não funcionou", disse o executivo.

"Estão 100 por cento dentro de todas as normas, e não houve solução. Qual é a solução então? Me parece que só tem uma. Nós temos que ir além de toda e qualquer norma nacional e internacional. Além e acima,"

O rompimento em Brumadinho é o segundo desastre do tipo evolvendo a Vale em pouco mais de três anos. O número de mortos já supera as 19 vítimas fatais do rompimento em 2015 de uma barragem em Mariana, também em Minas Gerais, da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP.

No caso da Samarco, o rompimento despejou cinco vezes mais rejeitos de mineração, porém em uma região mais remota. A tragédia de Mariana, no entanto, atingiu o rio Doce, o que faz dela o maior desastre ambiental da história do país.

O executivo lembrou na entrevista ter ingressado na Vale em abril de 2017, portanto após o rompimento de barragem da Samarco.

Mais cedo, o Ministério Público de Minas Gerais informou que a Justiça mineira bloqueou mais 5 bilhões de reais da Vale para garantir a reparação de danos causados às vítimas do rompimento, ampliando para 11 bilhões de reais o total de recursos da mineradora bloqueados pela Justiça devido ao incidente.

Segundo o MPMG, que solicitou o novo bloqueio à Justiça, o dinheiro desta ação se soma a outros 5 bilhões de reais bloqueados para a reparação de danos ambientais provocados pelo rompimento. Além disso, a Justiça estadual de Minas Gerais também acatou pedido do governo do Estado para bloquear outro 1 bilhão de reais da mineradora.

Procurada, a Vale informou que assim que foi intimada pela decisão de bloqueio de 1 bilhão de reais apresentou petição informando que fará o depósito do valor, sem necessidade de bloqueio judicial, e que está "avaliando as providências cabíveis" quanto aos dois bloqueios de 5 bilhões de reais cada.

"A Vale entende que tais bloqueios não são necessários, uma vez que não se eximirá de suas obrigações de atendimento emergencial da população e reparações devidas", disse a empresa.

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