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Vale e receios fiscais pesam e Ibovespa fecha em queda

5 ago 2021 - 17h35
(atualizado às 17h50)
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O Ibovespa fechou com declínio discreto nesta quinta-feira por receios com os cenários político e fiscal no país e pela queda de Vale, que ofuscou a disparada de Petrobras após resultado acima das expectativas e antecipação de dividendos.

Bolsa de valores de São Paulo 
09/03/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
Bolsa de valores de São Paulo 09/03/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa cedeu 0,14%, a 121.632,92 pontos, após subir a 123.540,76 pontos mais cedo, na máxima do dia. No pior momento, caiu a 121.128,39 pontos. O volume financeiro somou 38,1 bilhões de reais.

No cenário fiscal, agentes financeiros continuaram desconfiados com os planos do governo de parcelar o pagamento de precatórios para abrir espaço para mais despesas, incluindo aumento do Bolsa Família.

"Isso traz insegurança jurídica", afirmou Antonio Pedrolin, líder da mesa de renda variável da Blue3, acrescentando que a questão de um novo valor para o Bolsa Família tem incomodado investidores há alguns dias.

Propostas de regularização tributária a serem analisadas pelo Senado também estão no radar.

Na cena política, o presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar o STF, desta vez mirando contra o ministro Alexandre de Moraes, após o magistrado incluí-lo como um dos investigados no inquérito das fake news. Em paralelo, continuou atacando o sistema eletrônico de votação no país..

O pregão ainda teve de pano de fundo aumento do ritmo do aperto monetário no país, com o Banco Central elevando a Selic em 1 ponto percentual, a 5,25%, e indicando que deve repetir a dose em setembro diante das pressões inflacionárias.

"De fato, os juros mais altos acabam tirando um pouco do apetite do investidor e piorando os 'valuations' das empresas, uma vez que o valor na perpetuidade e os custos de capital acabam sendo prejudicados", afirmou Pedrolin.

Ele ressaltou, porém, que o posicionamento do BC diminui os riscos de médio e longo prazos, o que beneficia o mercado de renda variável.

O quadro doméstico afastou a bolsa paulista da trajetória positiva em Wall Street, onde o Nasdaq e o S&P 500 fecharam em máximas recordes, após os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos voltarem a cair na última semana.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN disparou 7,88%, após a petrolífera superar com folga expectativas no mercado com lucro de 42,86 bilhões de reais no segundo trimestre. A empresa também aprovou antecipação de dividendos de 31,6 bilhões de reais.

- VALE ON recuou 3,06%, em sessão negativa para o setor de mineração e siderurgia como um todo no Ibovespa, depois que os futuros do minério de ferro na China terminaram em queda de quase 5% nesta sessão, na mínima em quase quatro meses.

- BRASKEM PNA fechou em baixa de 4,17%, mesmo após lucro multibilionário no segundo trimestre. Em teleconferência, executivos da petroquímica afirmaram que esperam redução de spreads no segundo semestre e que a empresa avaliar retomar pagamento de dividendos.

- BANCO DO BRASIL ON caiu 1,78%, revertendo a alta na primeira etapa do dia, que chegou a 3,6% na máxima, após balanço do segundo trimestre que mostrou crescimento de 52,2% no lucro. O BB anunciou que o lucro líquido anual deve ser maior do que o esperado.

- TOTVS ON avançou 1,81%, em meio a um aumento robusto do lucro no segundo trimestre, fortalecido por aumento de receitas de sua divisão principal de softwares de gestão, enquanto os negócios nascentes de serviços financeiros e business performance decolaram.

- RAÍZEN PN caiu 2,16%, em estreia na B3 após precificar IPO a 7,40 reais por ação na terça-feira, no piso da faixa estimada. Na máxima, o papel chegou a 7,60 reais. Na mínima, a caiu a 7,18 reais.

- MERCADO LIVRE disparou 13,77% em Nova York, após mais do que dobrar receitas no segundo trimestre, uma vez que seguiu se beneficiando de foco na América Latina, a região onde o comércio eletrônico mais cresce no mundo, ainda na esteira dos efeitos das medidas de isolamento social.

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