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Trump diz que 'não está pronto' para acordo comercial com a China

Casa Branca não vê recessão no horizonte; presidente afirmou que conversas com chineses são 'muito substanciais'

18 ago 2019 - 20h05
(atualizado em 19/8/2019 às 08h20)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que não está pronto para fazer um acordo com a China dentro da guerra comercial que inclui retaliações de ambos os lados. O assunto tem abalado os mercados financeiros de todo o mundo e colaborado para ampliar os temores de uma recessão global.

Apesar de ainda não estar pronto para assinar um acordo com a China, Trump afirmou que seu governo tem tido conversas "muito substanciais" com líderes do país asiático. "Os chineses querem fazer um acordo. Vamos ver o que acontece", disse Trump, em declaração rápida a repórteres.

Ele aproveitou, porém, para dizer que a "China precisa mais de um acordo do que os Estados Unidos". Ele acusou os chineses de serem "muito orgulhosos, enquanto sua economia está com problemas".

Em uma disputa paralela com a China, Trump disse também que a Huawei - gigante da tecnologia de origem chinesa - é uma empresa com qual os americanos não devem fazer negócios por "questões de segurança nacional". A Huawei é forte tanto em aparelhos vendidos a consumidores quanto em serviços prestados a empresas.

Recessão

Fazendo coro ao discurso de Trump, fontes da Casa Branca refutaram preocupações sobre um possível tropeço do crescimento econômico do país, argumentando que veem baixo risco de uma recessão, a despeito de uma semana volátil nos mercados de juros.

"Não há nenhuma recessão à vista", afirmou o conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, à rede americana de TV Fox News. "Os consumidores estão trabalhando, os salários estão em alta. Acho que estamos em muito boa forma."

Além da tensão nas bolsas, na semana passada houve um movimento que acendeu a luz amarela no mercado de juros, assustando investidores. As taxas de juros para papéis com vencimento em dez anos chegaram a cair abaixo da remuneração paga a títulos com prazo de dois anos. Esse movimento é visto com um sinal da perda de esperança na expansão da economia americana no médio prazo.

No entanto, o conselheiro comercial Peter Navarro também minimizou esse fato, dizendo que existe expectativa de atração de dinheiro para a economia dos Estados Unidos.

"Temos a economia mais forte do mundo, e o dinheiro está entrando no nosso mercado de ações. O investidor também busca rendimentos em nosso mercado de títulos", disse Navarro à emissora ABC. "(As tarifas impostas à China) não estão machucando ninguém."

Estadão
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