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Trump ameaça usar autoridade de emergência contra a China

Citando uma lei de segurança americana, presidente dos Estados Unidos afirmou que pode obrigar empresas a deixarem território chinês

24 ago 2019 - 17h08
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BIARRITZ - O presidente Donald Trump afirmou neste sábado que tem autoridade para cumprir sua ameaça de obrigar todas as empresas americanas a deixar a China, citando uma lei de segurança americana usada principalmente para atacar terroristas, narcotraficantes e Estados párias como o Irã, Síria e Coréia do Norte.

Quando chegou à França para a reunião anual do G-7, Trump postou uma mensagem no Twitter citando a Lei de Poder Econômico Internacional de Emergência de 1977 - uma lei que permitia a um presidente isolar regimes criminosos, mas sem intenção de ser usado para cortar os laços econômicos com um grande parceiro comercial por causa de um desentendimento sobre as tarifas.

"Para todos os fake news que não têm a menor idéia do que a lei é em relação aos poderes presidenciais, a China, etc., tente analisar a Lei dos Poderes Econômicos de Emergência de 1977", escreveu Trump. "Caso encerrado!"

O tweet do presidente poderia desestabilizar ainda mais as empresas americanas que ainda mantêm uma enorme quantidade de negócios com a China em meio a uma guerra comercial que já prejudicou os laços. Os mercados de ações caíram acentuadamente na sexta-feira, depois que Trump levantou a possibilidade de cortar completamente o comércio.

A ameaça veio depois que o governo chinês disse que aumentaria as tarifas sobre produtos americanos em retaliação às últimas taxas impostas por Trump sobre 300 bilhões de dólares em importações chinesas. Trump prometeu horas depois aumentar as tarifas.

Imposição tarifária

Sob o peso da guerra tarifária de Trump, a China já caiu do maior parceiro comercial dos EUA no ano passado para o terceiro maior neste ano.

O Ministério do Comércio da China emitiu um comunicado com fortes palavras no sábado à noite alertando os Estados Unidos para que recuassem do confronto crescente, mas isso não ameaçava nenhuma nova medida comercial.

"Esse protecionismo comercial unilateral e agressivo e a extrema pressão violam o consenso dos chefes de Estado da China e dos Estados Unidos, violam o princípio do respeito mútuo, igualdade e benefício mútuo, comprometem seriamente o sistema multilateral de comércio e a ordem normal de comércio internacional", segundo comunicado do governo chinês.

A China alertou que os Estados Unidos sofreriam como resultado.

"O lado chinês exorta veementemente os EUA a não julgar mal a situação, a não subestimar a determinação do povo chinês e imediatamente parar a abordagem errada, caso contrário todas as conseqüências serão suportadas pelos EUA", acrescentou o comunicado. /AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão
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