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Treasuries: juros ficam sem direção única, em meio a declarações de Powell

10 jul 2019 - 19h08
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Os rendimentos dos Treasuries ficaram sem direção única nesta quarta-feira, 10, com recuo no yield do vencimento mais curto no dia em que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, deu declarações interpretadas como uma postura "dovish", ou seja, favorável a cortes nas taxas básicas de juros dos Estados Unidos.

Próximo ao horário de fechamento dos negócios à vista em Nova York, o juro da T-note de dois anos caía para 1,827%; o retorno da T-note de dez anos operava perto da estabilidade, em leve baixa a 2,059%; e o yield do T-bond de 30 anos avançava para 2,574%.

Powell prestou um depoimento no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes americana nesta quarta-feira e enfatizou incertezas em relação ao crescimento da economia americana e à inflação do país, que segue fraca. Com isso, aumentaram as expectativas por uma postura "dovish" do BC dos EUA, apesar de o presidente do Fed ter afirmado que o crescimento "permanecerá sólido" no país.

Por volta do horário do fechamento em Nova York, 30,7% dos contratos monitorados pelo CME Group apostavam em um corte de 50 pontos-base nas taxas de juros americanas, já na reunião do dia 31 de julho, enquanto 69,3% deles creem que o corte será de 25 pontos-base. Nenhum contrato apostava em manutenção das taxas de juros. Até o fim de 2019, a aposta mais frequente (36,6%) passou a ser de uma redução de 75 pontos-base, quando ontem era na redução de 50 pontos-base.

A fala do presidente do Fed ainda chegou a ampliar a inversão de parte da curva de juros dos Treasuries, formada pelo spread entre o retorno da T-bill de três meses, que recuava a 2,184% no fim da tarde, e o da T-note de dez anos. Essa diferença entre os retornos, porém, diminuiu ao longo do dia e, por volta do fechamento em Nova York, estava em -12,5 pontos-base.

Diante do cenário, o banco de investimentos BMO Capital Markets concorda com a maioria do mercado e prevê uma redução de 25 pontos-base na próxima reunião. A Capital Economics faz a mesma previsão que a BMO, acrescentando que projeta cortes de 25 pontos-base nas reuniões de dezembro e de março. A consultoria ainda destacou que a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Fed, ocorrida em junho, mostrou que "muitos" dirigentes do Fed veem um argumento mais forte para relaxar a política monetária. Embora esperada, a divulgação da ata teve efeito tímido sobre os juros dos Treasuries.

Estadão
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