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Top Picks: Com taxa de juros em baixa, aumenta a procura por renda variável

Agentes do mercado ressaltam que essa mudança já está em curso, mas quanto menor a Selic, maior a procura por aplicações mais arriscadas

21 set 2019 - 04h11
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O movimento de migração de investidores, especialmente pessoas físicas, de produtos financeiros de renda fixa para outros de maior risco, mas também com maior potencial de retorno, deve se acelerar após a decisão dessa semana do Banco Central de baixar os juros para 5,50% ao ano. Agentes do mercado ressaltam que essa mudança já está em curso, mas quanto menor a Selic, maior a procura por aplicações de renda variável.

Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, aponta que desde que a Selic foi reduzida para 6,50% ao ano, e com a perspectiva de novos cortes, começou a migração de renda fixa para variável. Mas para ele, esse movimento ainda é modesto. "Tenho conversando com vários investidores que me solicitam revisão de seus investimentos, e fica claro a vontade desta migração. O detalhe é o perfil de cada um, pois nem todos se encaixam em investimento de risco. Mas a tendência, com o novo corte na taxa Selic, é que ocorra uma aceleração neste movimento", afirma Galdi.

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física do Santander, afirma que essa migração já é uma realidade. Ele lembra os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre a participação dos fundos de ações no mercado total, que passou de 4,2% em julho de 2017 para 7,6% no mesmo mês deste ano, enquanto os de renda fixa passaram de 48,4% para 42,5% na mesma base de comparação.

Outro dado ressaltado por Peretti é o volume médio de ações negociado por pessoas físicas na B3, que cresceu 49% entre janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2018. "Quando observamos o total de CPFs registrados na bolsa para compra de ações, o número saltou de 751 milhões em agosto de 2018 para 1,35 bilhão em agosto deste ano, segundo a B3. Com a Selic atingido a mínima histórica nessa semana, acreditamos que a procura dos indivíduos por diversificação e produtos de renda variável seguirá em alta", completa o estrategista do Santander.

O sócio diretor do banco Modalmais, Ronaldo Guimarães, além dos produtos de renda variável, há um aumento também na demanda por alternativas de renda fixa pouco tradicionais, como títulos públicos e CDB. Para ele, essa mudança de perfil ainda é tímida, mas está em crescimento. "A procura por novos produtos, como fundos de investimento imobiliários, fundos multimercados e fundos de ações, estão entre as opções prioritárias de alocação. Estamos bastante otimistas com esse processo, a continuidade da queda da taxa de juro, grande notícia, vai fomentar ainda mais essa migração".

André Ferreira, analista da MyCap, cita debêntures, ações e fundos imobiliários entre as opções que têm sido mais procuradas pelos investidores. "Com a Selic em viés de queda, a busca por retornos melhores faz a com que essa migração ocorra com os investidores em busca de maior rentabilidade", afirma.

Foram feitas poucas mudanças nas carteiras recomendadas pelas corretoras para a próxima semana. Somente a Nova Futura alterou as cinco ações, passando a recomendar BR Malls ON, BB Seguridade ON, CVC ON, Hypera ON e Vale ON.

A Mirae fez três mudanças, com as entradas de BR Distribuidora ON, GPA PN e SulAmérica Unit. Foram mantidas JBS ON e Via Varejo ON.

Duas corretoras fizeram uma alteração cada. A MyCap retirou Kroton ON e trocou por Usiminas PNA. Na XP Investimentos, saiu JBS ON e entrou Marfrig ON.

Estadão
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