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Top Picks: Cenário movimentado em meios de pagamento traz mais desafios à Cielo

Competição entre Totvs e Linxs pela Stone marca nova etapa na guerra das maquininhas e preocupa as veteranas do setor

14 ago 2020 - 21h11
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O setor de meios de pagamentos tem sido um dos mais movimentados da economia brasileira nos últimos anos. E 2020 não tem sido diferente. As mudanças regulatórias propostas pelo Banco Central, e as estratégias de crescimento das empresas concorrentes pressionam ainda mais a Cielo. E isso aparece nas ações. A Cielo é a única negociada no Brasil, e tem queda de 40% em 2020, e de 8% em agosto. Já suas concorrentes PagSeguro e Stone, com papéis negociados em Nova York, têm altas de 15% e 20% no ano, e de 3% e 1% no mês, respectivamente.

Segundo os analistas, a agressividade demonstrada pelas concorrentes para ganhar mercado já vem pressionando a Cielo. Mas agora, com o noticiário mais recente, a tendência é que as dificuldades aumentem ainda mais. "As movimentações recentes, tanto de mercado quanto regulatórias, contribuem para um cenário de queda de rentabilidade no segmento. Neste contexto, entendemos que a combinação de negócios anunciada entre a Stone e a Linx, por exemplo, aumenta a concorrência e pressiona a Cielo", afirma Victor Martins, analista da Planner Corretora.

Outro que cita a proposta feita pela Stone para comprar a Linx é Enrico Cozzolino, analista do Daycoval Investimentos. Ele lembra que o surgimento da Totvs na competição pela Linx "indiretamente também prejudica a Cielo, já que ela ganha concorrentes que atuam tanto em meios de pagamento quanto em softwares".

No campo regulatório, Renato Chanes, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, ressalta as discussões no Congresso que envolvem tabelamento de juros no crédito, algo que traria impactos para as empresas de meios de pagamento, e também a reforma tributária. Segundo o analista, a unificação do PIS/Cofins em um único imposto impactaria o lucro líquido da Cielo em cerca de 14%.

O analista do Santander lembra que havia uma projeção de que a participação de mercado da Cielo pudesse chegar a 30%, vista como justa se considerada a fatia que seus controladores Banco do Brasil e Bradesco têm no mercado bancário. "No entanto, dado o sucesso de novos participantes, vemos agora a participação de mercado da Cielo se estabilizando ao longo do tempo em um nível ainda abaixo da participação justa de seus controladores, o que significa que ainda há espaço para que ela continue perdendo mercado", diz Chanes.

Em relação às carteiras para a próxima semana, a XP Investimentos foi a que fez mais alterações, mantendo somente Ambev ON. Entraram na lista B3 ON, Carrefour ON, Cogna ON e Eztec ON.

A Ativa Investimentos fez três alterações, com as saídas de BRF ON, Notre Dame ON e PetroRio ON, para as entradas de Ânima ON, Eztec ON e Raia Drogasil ON. O Daycoval fez duas mudanças, trocando Ambev ON e Suzano ON por Bradespar PN e Lojas Americanas PN.

A Guide também realizou duas trocas, de Cogna ON e Itaúsa PN por B3 ON e JBS ON. A MyCap foi outra que realizou duas alterações para a próxima semana, com as saídas de BRF ON e Lojas Americanas PN, para as entradas de BRMalls ON e Locaweb ON. Por fim, a Mirae Asset retirou da sua lista Cyrela ON, para a entrada de Vale ON.

Estadão
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