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Top Picks: Analistas começam a revisar parâmetros para cadeia de turismo com coronavírus

No grupo mais impactado, estão as ações das companhias aéreas e a CVC, única agência de turismo listada na B3

28 fev 2020 - 21h25
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Em uma semana negativa para todo o mercado de ações no Brasil e no mundo, alguns setores sofrem mais que outros os efeitos da aversão a risco provocada pelo coronavírus. E no grupo mais impactado, estão as ações das companhias aéreas e a CVC, única agência de turismo listada na B3. Gol, Azul e CVC acumularam quedas próximas de 20% na semana em que a doença se espalhou em países europeus e o Brasil confirmou o primeiro caso da doença.

Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, é inevitável que haja uma revisão de preços-alvo e projeções para as empresas do setor de turismo na Bolsa, não só no Brasil. "Mas acredito que isso vá acontecer para refletir somente um primeiro semestre mais fraco, ponderando uma retomada na segunda metade do ano, quando o coronavírus já deverá ter um nível razoável de controle". Ele acredita que as revisões aconteçam após a divulgação dos resultados deste primeiro trimestre de 2020.

A analista da MyCap, Julia Monteiro, também projeta revisões de preços-alvo, mas as perspectivas podem piorar não só para o trimestre atual, mas também para todo o ano. Ela lembra que além da diminuição no fluxo de passageiros, existe ainda o fator câmbio, já que a alta do dólar, que chegou a superar os R$ 4,50 nesta sexta-feira, tem efeitos nos custos operacionais, principalmente, das aéreas.

Na visão de Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, o maior problema hoje é dimensionar o impacto exato e a duração das restrições de fluxo de pessoas por conta do coronavírus, e quando as atividades normais podem ser retomadas. "Mas certamente, parte do primeiro trimestre e do segundo estarão comprometidos", afirma.

Em contraponto, o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, recomenda paciência para os investidores. Ele lembra que ao mesmo tempo em que o dólar sobe, o petróleo está em patamar próximo aos US$ 50, "patamar impensável antes do fim do ano". Portanto, pesa mais sobre as ações a expectativa de queda na demanda, e que uma projeção mais exata só pode ser feita depois que forem divulgados dados mais verossímeis sobre o coronavírus.

Além disso, ele pontua a importância de fazer uma análise mais individual das empresas. "O fato da Azul ser única em 71% de suas rotas pode ajudá-la na retomada, mesmo com seu plano de expansão contendo rotas internacionais", explica. Sobre a Gol, ele afirma que uma reviravolta no caso 737-Max pode dar um fôlego para a companhia.

Para Enrico Cozzolino, analista de investimentos do Banco Daycoval, os efeitos do coronavírus no turismo podem ser pontuais, e podem ser dissipados ao longo do tempo. "A melhor atitude é aguardar para entender se a situação não ficará pior e, com números concretos dos impactos, calcular o impacto nos lucros destas companhias listadas", explica.

Nas recomendações para março e para a próxima semana, é possível observar um crescimento da presença de ações do setor de energia elétrica, e da própria B3, que pode se beneficiar do maior fluxo de negócios.

A Ágora Investimentos trocou toda sua lista para março, composta por Energisa Unit, Sanepar Unit, Taesa Unit, Tenda ON e TIM ON. O Santander manteve IRB ON e Lojas Americanas PN, e inseriu Banco do Brasil ON, CPFL ON e Yduqs ON.

O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) manteve somente Tenda ON da sua carteira de fevereiro. Entraram na lista para março Fleury ON, Marfrig ON, Sanepar Unit e Yduqs ON.

A Planner manteve Eletrobras ON e Hapvida ON, e fez três trocas, com as entradas de Engie ON, Itaú Unibanco PN e Tupy ON. A Guide Investimentos também realizou três alterações, com as entradas de B3 ON, Magazine Luiza ON e Weg ON.

A MyCap manteve só Ambev ON em relação à última semana, e colocou B3 ON, Engie ON, Hypera ON e Lojas Renner ON. Por fim, a Mirae fez três trocas, inserindo B3 ON, Raia Drogasil ON e Rumo ON.

Estadão
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