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Top Picks: Analistas colocam em dúvida privatização da Eletrobrás neste governo

Desconfiança vem após candidato do Planalto à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco, apontar que o Congresso tem outras pautas prioritárias para fevereiro, que não envolvem a venda da estatal

22 jan 2021 - 21h10
(atualizado às 23h56)
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Os analistas do mercado financeiro já começam a ver com mais desconfiança o processo de privatização da Eletrobrás. Candidato à presidência do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) evitou se comprometer com a pauta. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o senador apontou propostas prioritárias para o Senado a partir de fevereiro, mas fez questão de deixar de fora a privatização da estatal. Assim, analistas começam a enxergar a operação cada vez mais distante.

"Não será um caminho fácil chegar ao final do ano com a Eletrobrás privatizada", afirma Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos. Ele acredita que somente se as etapas necessárias à operação sejam gradualmente cumpridas, o mercado voltará a se animar com as ações, mas ele tem uma postura bem cautelosa. "Achamos que o governo tem chances de conseguir, mas muitas coisas podem acontecer ao longo do processo que impactam de várias formas nas ações", completa.

Julia Monteiro, analista da MyCap, lembra que as declarações de Pacheco contrariam as expectativas alimentadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a privatização ocorreria no curto prazo. Para ela, a sinalização é de que a operação não será aprovada pelo Congresso no primeiro semestre deste ano. "Entretanto, ainda percebemos a companhia com elevado potencial de valorização, por seus contratos de longo prazo e prestação de serviços essenciais".

Para Alvaro Bandeira, economista e sócio do banco digital Modalmais, além da resistência do candidato à presidência do Senado, o governo pode ter dificuldades de aprovar o Projeto de Lei da privatização sem ter uma base de apoio mais sólida. "Tudo isso certamente prejudica a empresa, pois ela precisa dar seguimento aos investimentos e a precificação atual da ação já leva em conta a privatização", explica.

Na visão de Enrico Cozzolino, do Daycoval Investimentos, a pauta de privatizações do governo tem ficado cada vez mais de lado. Ele lembra inclusive da saída do secretário Salim Mattar no ano passado. "Na minha opinião, dificilmente o governo vai colocar em primeiro lugar na lista de privatizações uma empresa desta importância e geradora de resultados".

Em relação às carteiras recomendadas para a próxima semana, a que mais teve alterações foi a XP Investimentos, que manteve somente Lojas Americanas PN, acompanhada de Banco Bmg PN, Equatorial ON, Movida ON e Vale ON.

A Ativa fez três mudanças, retirando Braskem PNA, Grupo Soma ON e Neoenergia ON, para as entradas de Cesp PNB, Lojas Quero-Quero ON e Magazine Luiza ON.

Outra com três alterações foi Mirae, trocando Gerdau PN, Petrobrás PN e Usiminas PNA por Magazine Luiza ON, Marfrig ON e Suzano ON.

Quem também mudou três recomendações foi a MyCap, com as saídas de Duratex ON, Gerdau PN e Unidas ON, substituídas por B3 ON, Movida ON e Weg ON.

A Planner foi outra a fazer três trocas, tirando Ferbasa PN, Oi ON e Trisul ON para as entradas de Eztec ON, Sinqia ON e Wiz ON.

Por fim, o Daycoval trocou somente Lojas Americanas PN por Camil ON. E a Guide Investimentos retirou Weg ON da sua lista para a entrada de Movida ON.

Estadão
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