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Tesouro pode atuar com BC para dar mais equilíbrio aos mercados financeiros, diz Guardia

21 mai 2018 - 13h50
(atualizado às 14h37)
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Diante da forte pressão que os mercados financeiros vêm sofrendo nas últimas semanas, o Tesouro Nacional pode vir a atuar em conjunto com o Banco Central para trazer mais equilíbrio, apesar de reconhecer que o movimento de valorização do dólar é global e que não poderá ser contido pelo governo.

"Temos os instrumentos e podemos agir em conjunto com o BC para prevenir, evitar volatilidade no mercado de câmbio e juros", afirmou Guardia em inglês, ao participar de conferência com a imprensa internacional.

O tom do ministro subiu um pouco em relação à sexta-feira, quando em entrevista à Reuters afirmou que a ação do Tesouro não seria mudada diante dos movimentos do mercado financeiro e após o BC anunciar intervenção mais forte.

A autoridade monetária reforçou, pela segunda semana consecutiva, a atuação no mercado de câmbio, triplicando a oferta de novos swaps cambiais e frisou que sua atuação no câmbio era separada da política monetária. E acrescentou que se reservava o direito de realizar atuações discricionárias caso necessário.

Na semana passada, o BC vendeu por dia apenas 5 mil novos swaps --equivalentes à venda futura de dólares. O dólar recuava cerca de 0,70 por cento neste pregão, ao redor de 3,70 reais, depois de ter saltado para próximo de 3,80 reais na semana passada.

"Não podemos mudar a direção do câmbio", afirmou Guardia, afirmando que nesse cenário o governo só pode agir para evitar a volatilidade. Ele reiterou que o processo de normalização da política monetária dos Estados Unidos tem pressionado os mercados cambiais, com temores de que os juros do país subam mais do que o esperado e afetem o fluxo global de capitais.

A última vez que o BC atuou em conjunto com o Tesouro foi há um ano, quando delações de executivos do grupo J&F atingiram em cheio o presidente Michel Temer. Naquele momento, o Tesouro suspendeu parte de seus leilões tradicionais, e fez diversas ações extraordinárias de compra e venda de títulos.

As taxas dos DIs, seguindo a tendência externa e do dólar, saltaram nas últimas semanas. O contrato com vencimento em janeiro de 2021, um dos mais líquidos, havia subido 0,96 ponto percentual só neste mês, até o pregão passado.

"O Tesouro não é responsável por atuar ou intervir no mercado de câmbio, mas como temos grande colchão de liquidez no Tesouro, nos dias em que temos maior volatilidade ... o Tesouro pode não por mais pressão no mercado", afirmou Guardia.

O ministro destacou ainda que o Brasil tem forte proteção externa e boa capacidade para absorver eventuais impactos vindos de fora. Ele citou as elevadas reservas internacionais, baixa inflação, baixos juros e baixo déficit em transações correntes.

Guardia também disse esperar que a tensão comercial entre China e EUA arrefeça, mas pode que ela poderia criar oportunidades para o Brasil.

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