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Tereza Cristina diz ficar 'perplexa' com nota da Abrafrigo

3 mai 2019 - 17h59
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Brasília, 3 - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, se disse "perplexa" com a nota da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que acusou, na quinta-feira, 2, o ministério de privilegiar grandes frigoríficos na nova lista de pedidos de habilitação para exportar carne bovina à China. A entidade afirmou que as grandes indústrias estariam sendo beneficiadas pela Pasta por causa da inclusão de um novo critério, "concentrando ainda mais o mercado de exportação".

O novo critério seria a exigência de que as 24 empresas da lista já devem estar exportando também para a União Europeia, o que não existia antes, segundo a Abrafrigo. Tal exigência excluiria, automaticamente, várias pequenas e médias agroindústrias, que se prepararam para as inspeções chinesas, mas não exportam para a UE.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Ribeiro, acrescentou que conversou pessoalmente com os dirigentes da Abrafrigo.

Segundo ele, a China estaria disposta a inspecionar primeiro os questionários dos estabelecimentos que já têm habilitação para União Europeia. "Quando se negocia com chineses, tem de saber como negociar com eles", afirmou, e reforçou: "O ministério não se pauta por interesse de empresas e sim pelo interesse nacional".

Ribeiro disse ainda que serão entregues quatro listas de empresas frigoríficas candidatas à habilitação para os chineses e que isso será apenas o início da negociação, e não o fim.

A ministra Tereza Cristina ressaltou que o momento atual significa uma boa oportunidade para o Brasil ampliar mercados na China no setor de proteína animal, por causa do surto de peste suína africana enfrentado pelo país asiático.

A doença reduziu a oferta doméstica de carne suína. "Temos espaço para colocar carnes, nossa proteína animal à disposição do governo chinês, mas para isso temos de ter estratégia", disse. "O governo brasileiro vai lá discutir e mostrar o serviço sanitário, agora, a parte comercial é outra coisa, isso não diz respeito ao governo", ressaltou.

Por outro lado, a ministra admitiu que o surto de peste suína africana na China também traz preocupação em relação à exportação de grãos brasileiros para lá, pois o país asiático importa soja para fazer ração animal. "Vou analisar isso durante a viagem", disse.

Estadão
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