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Tereza Cristina acredita que acordo Mercosul-UE pode ser aprovado em dois anos

"Ainda há ajustes a serem feitos, mas já caminhamos muito", declarou a ministra da Agricultura nesta manhã; ela também comentou o desconforto com a França, que disse não estar pronta para um acordo comercial

3 jul 2019 - 10h35
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, estima que, no máximo, em até dois anos o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE) deve ser aprovado por todas as partes. "Ainda há ajustes a serem feitos, mas já caminhamos muito. Agora, o acordo precisa ser aprovado pelos quatro países do Mercosul e pelos parlamentos de 27 países da UE", disse em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quarta-feira, 3.

Quanto à aprovação do texto do acordo pelo Congresso brasileiro, Tereza defendeu que o governo tem de discutir com o Legislativo qual é o melhor momento para votação do documento. "A aprovação é mais complicada para a UE, que precisa de consenso entre os 27 países do bloco", observou a ministra.

Além das proteínas, os chineses ficaram interessados no farelo de soja
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 23/4/2019 / Estadão

De acordo com ela, a parceria com a UE abriu o caminho para novos acordos comerciais no futuro econômico do Brasil. "Temos quatro acordos em vista, que podem ser fechados nos próximos anos: acordo com Efta (Associação Europeia de Livre Comércio), Canadá, Coreia do Sul e Cingapura".

França não está 'pronta' para acordo comercial

Tereza também comentou sobre o desconforto com a França, que declarou nesta terça não estar pronta para um acordo comercial com o Mercosul. "A França é muito protecionista, principalmente com agricultura. As críticas já eram esperadas pelos dois lados do acordo Mercosul e União Europeia (UE)", afirmou a ministra.

Tereza Cristina defendeu informações unificadas sobre as questões ambientais e afirmou que o Brasil já enfrenta pressão de ambientalistas da UE. "Quando temos dados divergentes sobre meio ambiente, acabamos favorecendo concorrentes. O Brasil enfrenta ataques porque é mais vulnerável que os EUA, que têm economia mais forte", argumentou a ministra.

Tereza não confirmou o dado divulgado nesta semana de que o desmatamento na Amazônia aumentou 60% em junho, em comparação com o mesmo mês do ano passado. A informação foi divulgada ontem pela CNN, que teve acesso a dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo a matéria da CNN, ambientalistas afirmam que o número é reflexo da política ambientalista do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Ainda sobre as questões ambientais, a ministra citou o dispositivo de precaução, previsto no acordo como uma garantia para o governo brasileiro. Segundo ela, o dispositivo é restrito à discussão de base científica. "Não vão poder falar que estamos desmatando a Amazônia ou acabando com áreas indígenas sem provas. As acusações precisarão de provas científicas", explicou.

Estadão
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