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Tenda deve gastar 25% mais com terrenos em 2018, vê alta de até 15% em lançamentos

6 dez 2017 - 17h13
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A Tenda espera elevar em 25 por cento os gastos com aquisição de terrenos em 2018, enquanto os lançamentos devem crescer entre 10 e 15 por cento no próximo ano, disseram nesta quarta-feira executivos da construtora de imóveis econômicos.

"Ano que vem devem crescer 25 por cento, sem ultrapassar a marca de 200 milhões de reais", disse Renan Sanches, diretor de controladoria da Tenda, em encontro com analistas e investidores na sede da B3, em São Paulo.

Em 2017, o desembolso da companhia com novas áreas deve ficar em torno de 100 milhões a 130 milhões de reais, enquanto os lançamentos devem chegar a 1,6 bilhão de reais, com crescimento de 20 por cento em relação ao ano passado.

De acordo com Sanches, o aumento dos gastos para expansão do estoque de terrenos não deve comprometer a geração positiva de caixa da empresa, devido aos ganhos de produtividade no repasse dos imóveis.

Às 17:10, as ações da Tenda subiam 0,23 por cento, cotadas a 17,44 reais, enquanto o Ibovespa avançava 0,61 por cento.

Os papéis da construtora reestrearam na B3 em 4 de maio com uma alta de mais de 80 por cento, após a Gafisa desistir de uma oferta pública inicial (IPO) para Tenda e optar pela cisão dos negócios, concedendo aos acionistas uma ação da construtora de imóveis econômicos para cada papel que detinham.

GANHO DE ESCALA

Para 2018, a Tenda espera iniciar operações em uma nova localidade. "Temos duas operações em análise e gostaríamos de escolher uma delas para início já no ano que vem", disse o diretor-presidente da empresa, Rodrigo Osmo.

Fora Belo Horizonte, São Paulo, Recife, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro, a Tenda fez em outubro seu primeiro lançamento no mercado de Curitiba, elevando para sete o total de cidades em que opera.

Osmo informou, ainda, que o processo de contratação de um novo diretor de finanças está em andamento e a companhia espera anunciar um nome ainda no primeiro trimestre de 2018. Além disso, o novo plano de remuneração está sendo discutido e também deve ser divulgado até março do ano que vem.

Entre as métricas mais importantes a serem levadas em consideração, o diretor-presidente da Tenda destacou as despesas gerais e administrativas, a geração de caixa, a entrega e o repasse de unidades e o lucro. "Lançamentos e vendas não vão ser métricas", afirmou.

MINHA CASA MINHA VIDA

A Tenda considera improvável que o governo federal suspenda a faixa 1,5 do programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida (MCMV) no ano que vem, mas já vem se preparando para o pior cenário em função do ajuste fiscal e possíveis restrições na disponibilidade de recursos da Caixa Econômica Federal e do FGTS para financiamento imobiliário.

"A faixa 1,5 é onerosa para o FGTS do ponto de vista de subsídio... Nos preparamos para um cenário em que a faixa 1,5 deixe de existir, embora seja improvável", afirmou o diretor- presidente da Tenda. Em 2017, a faixa 1,5 respondeu por cerca de 40 por cento das vendas, segundo ele.

Osmo disse que, caso essa modalidade seja extinta, a Tenda concentrará as operações na faixa 2 do MCMV, o que pode reduzir a velocidade das vendas. "A capacidade de financiamento do cliente é menor e teremos que fazer concessões de preço", disse.

O executivo avalia que a política pública correta seria reduzir a faixa 1, que consome de 70 mil a 80 mil reais em subsídios por unidade e atende integralmente a famílias com até dois salários mínimos, e aumentar a 1,5 ao máximo possível.

"A faixa 1,5 consome só 4 mil reais em subsídio e permitiu ao governo federal atingir famílias de até dois salários mínimos dentro de regiões metropolitanas", explicou o diretor-presidente da Tenda, acrescentando que os empreendimentos da faixa 1 normalmente se concentram em áreas rurais com pouca infraestrutura e de acesso mais difícil.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Questionado sobre os esforços da Caixa Econômica Federal para adequação ao índice de Basileia e a possível redução do crédito concedido para construtora, Osmo ressaltou que a empresa pode ter que consumir mais de 200 milhões de reais do próprio caixa, incluindo neste cálculo 70 milhões de reais que o banco estatal deixaria de emprestar para a Tenda.

Osmo ressaltou que a estratégia de elevar entre 10 e 15 por cento os lançamentos no próximo ano já leva em conta a possível extinção da faixa 1,5 do MCMV e a escassez de financiamento à produção pela Caixa.

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