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Tecnologia, e não comércio, é a culpada por áreas serem "deixadas para trás", diz FMI

9 out 2019 - 12h40
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A crescente divisão entre regiões bem-sucedidas e "atrasadas" nos países desenvolvidos tem sido amplamente impulsionada pelas tendências de automação e produtividade, e não pelo comércio global, disse o Fundo Monetário Internacional em um relatório divulgado nesta quarta-feira, antes de suas próximas reuniões anuais.

Sede do FMI em Washington 
08/04/2019
REUTERS/Yuri Gripas
Sede do FMI em Washington 08/04/2019 REUTERS/Yuri Gripas
Foto: Reuters

"Choques comerciais... não parecem conduzir as diferenças no desempenho do mercado de trabalho entre regiões defasadas e as outras regiões, no geral", concluiu o FMI. "Por outro lado, os choques tecnológicos... aumentam o desemprego em regiões mais vulneráveis à automação, com regiões atrasadas e mais expostas particularmente prejudicadas".

Embora os resultados possam diferir por país -o FMI disse especificamente que suas descobertas não eram inconsistentes com pesquisas que constataram grandes deslocamentos comerciais nos centros de manufatura dos Estados Unidos- no mundo desenvolvido como um todo "choques da concorrência de importações... e da ascensão econômica da China não têm impactado nos efeitos médios sobre o desemprego regional em uma ampla amostra de economias avançadas".

A questão está no centro do debate sobre a globalização, como ela afetou grupos de eleitores politicamente influentes em alguns países e se a cura protecionista buscada por alguns políticos representará riscos para o crescimento global, que deixam todos em pior situação. Certamente é com a possibilidade de isso estar acontecendo que as autoridades do FMI se preocupam, à medida que os fluxos comerciais globais diminuem.

Embora a concentração de empregos e riqueza em regiões de um país possa ser uma "característica normal do crescimento" que eventualmente traria benefícios de "recuperação" para outras áreas, o FMI disse que o processo de "convergência" no mundo desenvolvido desacelerou ou parou.

Áreas que sofrem de "ineficiências persistentes" podem correr o risco de serem deixadas para trás para sempre, disse o FMI, uma situação que "pode alimentar descontentamentos e polarizações políticas, corroer a confiança social e ameaçar a coesão nacional".

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