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Taxas de juros estão um pouco abaixo do 'nível neutro', afirma presidente do BC americano

Economia dos Estados Unidos está próxima dos objetivos da autoridade monetária, segundo Jerome Powell

28 nov 2018 - 16h20
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SÃO PAULO E NOVA YORK- O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou nesta quarta-feira, 28, que a economia dos Estados Unidos está próxima dos objetivos da autoridade monetária à medida que a taxa de desemprego está no menor nível em 49 anos e a inflação está próxima da meta de 2%.

Quanto às taxas de juros, o presidente do Fed comentou que, com a melhora na saúde da economia americana, o banco central tem elevado gradualmente os juros. "As taxas ainda são baixas para os padrões históricos e permanecem um pouco abaixo da ampla gama de estimativas do nível que seria o neutro para a economia", afirmou.

Em discurso realizado no Clube Econômico de Nova York, Powell comentou que uma mudança muito rápida no aperto monetário poderia encurtar a expansão econômica nos EUA. "Nosso ritmo gradual de aumento dos juros tem sido um exercício de equilíbrio de riscos", comentou o dirigente.

Ele afirmou, também, que não pode elevar as taxas muito devagar "porque poderia arriscar outras distorções na forma de inflação mais alta ou desequilíbrios financeiros desestabilizadores".

Powell disse, ainda, que o aumento dos juros podem levar um ano ou mais para ter efeito total na economia e ressaltou que a política do Fed não tem um caminho predefinido e que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) irá se atentar aos indicadores da economia americana para definir as políticas que serão adotadas pelo banco central.

"Como sempre, nossas decisões sobre política monetária serão projetadas para manter a economia no rumo à luz das perspectivas de mudança para empregos e inflação", disse o dirigente.

Segundo Powell, por sete anos durante a crise que eclodiu em 2008, o Fed manteve as taxas de juros baixos em níveis sem precedentes, perto de zero, para apoiar a recuperação da demanda agregada.

Para ele, os riscos de desestabilização são muito menores do que no passado. "De forma geral, os riscos à estabilidade financeira são moderados", comentou, enfatizando que não vê excessos "perigosos" nos mercados acionários.

O presidente do Fed disse, ainda, que a dívida corporativa não deve ser uma ameaça ao sistema financeiro e ressaltou que tanto as instituições financeiras quanto os mercados estão "mais resilientes" do que antes da crise financeira de 2008. Ele se disse preocupado com o nível da dívida corporativa, mas afirmou que, por enquanto, esse fator "não deve ser uma ameaça ao sistema financeiro".

Estadão
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