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StoneX vê plantio de soja acima de 38 mi ha no Brasil em 20/21; importação crescente

16 jul 2020 - 10h21
(atualizado às 11h57)
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O cenário para o produtor de soja do Brasil deve continuar positivo na nova temporada 2020/21, e o país pode plantar uma área recorde acima de 38 milhões de hectares, estimou nesta quinta-feira a analista Ana Luiza Lodi, da consultoria StoneX.

16/04/2013
REUTERS/Agustin Marcarian
16/04/2013 REUTERS/Agustin Marcarian
Foto: Reuters

Na safra 2019/20, o Brasil semeou cerca de 37 milhões de hectares, o que proporcionou uma colheita recorde de 120,9 milhões de toneladas, apesar de problemas climáticos no Rio Grande do Sul, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Considerando que o plantio da nova temporada deve começar em meados de setembro, a consultoria ainda não tem uma estimativa de colheita.

Segundo a analista, após fortes exportações brasileiras na temporada 2019/20, os estoques estão relativamente baixos, devendo favorecer até mesmo aumento de importações de soja de países do Mercosul nos próximos meses.

A StoneX revisou recentemente para cima suas previsões de importações de soja pelo Brasil, maior produtor e exportador mundial, para 500 mil toneladas em 2019/20.

"Podemos continuar vendo volumes maiores na importação. A oferta realmente está restrita, mantendo os preços fortalecidos", disse a analista, apontando para perspectiva favorável ao desenvolvimento da nova safra.

O Brasil comprou cerca de 150 mil toneladas de soja no exterior no ano passado, sendo a maior parte do Paraguai, de onde as compras são feitas sem tarifa, de acordo com regras do Mercosul. O volume já é superado pelo total importado de janeiro a junho de 2020, que supera 270 mil toneladas, com os paraguaios fornecendo quase a totalidade, de acordo com dados do governo.

"Temos ouvido relatos de que as compras de soja estão ganhando força em julho, devemos ver volumes maiores que o usual", afirmou ela, ressaltando que essas importações ocorrem diante das fortes exportações já registradas, além de um processamento interno estimado em recorde de 44,5 milhões de toneladas pela associação da indústria, a Abiove.

Em julho, a exportação de soja do Brasil deverá alcançar quase 9 milhões de toneladas, elevando o total nos sete primeiros meses do ano para mais de 70 milhões de toneladas, estimou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) nesta semana.

Diante desse volumes expressivos, cada vez mais analistas, como da própria StoneX, apontam a possibilidade de os embarques do Brasil terminarem o ano em cerca de 80 milhões de toneladas, o que seria o segundo maior volume já embarcado pelo país, atrás apenas de 2018.

Segundo a analista da StoneX (antiga INTL FCStone), o Brasil até pode ter revisões para cima da safra 2019/20 e importações maiores, "mas (ainda assim) vai ser um quadro de oferta e demanda muito apertado".

Ela chamou a atenção para o fato de o governo brasileiro ainda não ter divulgado novos balanços de oferta e demanda da soja, suspensos após o mercado apontar colheita nos últimos anos maior do que as reportadas.

No início do mês, a StoneX estimou a safra brasileira 19/20 em 122,6 milhões de toneladas.

Questionada sobre o fato de a China estar voltando a comprar volumes de soja nos EUA em patamares mais próximos dos registrados no segundo semestre antes da guerra comercial, a analista avaliou que, com isso, o mercado voltará a ter uma sazonalidade de preços mais próxima do que se via antes das disputas entre China e EUA.

"Os preços tendem a cair com o início da colheita da safra no Brasil e depois vão subindo... Ao mesmo tempo, a CBOT (bolsa de Chicago) tende a reagir, o que impacta os preços brasileiros também", disse.

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