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Startup Rappi concentrará investimentos no Brasil em 2019, com entrada em até 30 novas cidades

15 jan 2019 - 16h39
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A startup colombiana de entregas Rappi investirá dezenas de milhões de dólares para triplicar presença no Brasil, com planos de entrar em até 30 novas cidades do país este ano e adicionar novas categorias de serviços a seu aplicativo, num mercado em rápido crescimento e cada vez mais competitivo.

"Identificamos oportunidade de ser referência em mercado de 'super apps' na América Latina e, conforme amadurecemos, ganhamos escala com menos recursos", disse à Reuters o diretor de expansão e cofundador da Rappi no Brasil, Ricardo Bechara, referindo-se a aplicativos com múltiplas funcionalidades.

A startup colombiana, recentemente avaliada em 1 bilhão de dólares, chegou ao mercado brasileiro em meados de 2017, após entrada no México, e agora também opera no Peru, Argentina, Chile e Uruguai. No Brasil, a companhia conta com mais de 15 mil entregadores parceiros, parte de uma rede global de mais de 50 mil, em 15 cidades brasileiras.

Em 2018, a empresa elevou em sete vezes o número de entregas na comparação anual, crescendo 30 por cento ao mês no Brasil e 20 por cento nos demais países.

"Este ano devemos estacionar a entrada em novos países para ganhar escala nos mercados em que já atuamos", contou Bechara, que vê chance do Brasil assumir a liderança da operação nos próximos dois anos.

São Paulo já é a terceira principal cidade nos negócios da companhia, atrás somente da Cidade do México e de Bogotá, afirmou o executivo, que antes de ingressar na Rappi foi cofundador da loja online de móveis e decoração Mobly, do grupo Rocket Internet.

Bechara ressaltou que a startup colombiana deve direcionar ao Brasil boa parte dos 220 milhões de dólares recebidos na mais recente rodada de financiamento liderada pela DST Global em setembro de 2018. O aporte sucedeu uma captação de 185 milhões de dólares em março passado por parte das empresas norte-americanas de capital de risco Sequoia Capital e Andreessen Horowits.

Segundo ele, os recursos devem ser principalmente alocados ao "RappiPay", uma ferramenta introduzida em setembro que permite transferências de valores entre usuários e pagamento de compras, e ao "Rappi do seu Jeito", um marketplace que trará mais flexibilidade aos estabelecimentos parceiros e contribuirá para adição de novas categorias no aplicativo.

Na véspera, por exemplo, a startup anunciou primeira parceria em cosméticos de venda direta, em acordo com a Avon para envio de produtos aos clientes em duas horas.

Além da Rappi, o Brasil também está na mira de outras startups de entrega, como a espanhola Glovo, que planeja mais que dobrar sua presença no país este ano para 50 cidades, conforme noticiou a Reuters na semana passada.

Como resultado, o maior mercado da América Latina vem se tornando cada vez mais competitivo para aplicativos que operam dentro do regime de "última milha", no qual entregas de compras online são feitas dentro de poucas horas.

Paralelamente, varejistas também têm se movimentado para ganhar participação no comércio eletrônico e desenvolver soluções de entrega via parcerias ou aquisição, como é o caso do GPA.

Então parceiro exclusivo da Rappi, a rede de varejo controlada pelo francês Casino anunciou em dezembro a compra de 100 por cento do aplicativo brasileiro James Delivery por valor não revelado, com planos de criar um marketplace alimentar.

Questionado sobre o fim do acordo de exclusividade com o GPA, Bechara ressaltou que a Rappi prefere trabalhar com mais empresas do que com apenas um parceiro e prioriza a diversidade de opções ao usuário.

Na avaliação dele, a concorrência tende a se acirrar cada vez mais para a Rappi, especialmente se chegarem ao Brasil super aplicativos como o chinês WeChat, da gigante chinesa Tencent, que permite ao usuário pedir comida, pagar contas, reservar transporte, entre muitas outras atividades. "Se isso acontecer, sairemos rapidamente da zona de conforto", comentou Bechara.

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