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Sindicatos paralisam Argentina pela terceira vez contra ajustes e acordo com FMI

Embora a convocação da Confederação Geral de Trabalhadores (CGT) se limite a uma paralisação das atividades, sem manifestações, setores mais radicais anunciaram que pretendem bloquear os acessos a Buenos Aires com mobilizações

25 jun 2018 - 09h58
(atualizado às 22h04)
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BUENOS AIRES - A principal central sindical da Argentina encabeçou uma greve geral de 24 horas nesta segunda-feira, 25 - a terceira feita em retaliação a políticas de ajuste promovidas pelo presidente do país, Maurício Macri. A greve manteve o transporte público, aéreo e naval inativos, além de escolas e da administração estatal. A paralisação afetou a exportação de grãos e o sistema bancário.

O movimento, convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) se mostrou com força na capital argentina devido à falta de circulação de ônibus, trens e metrô e foi respaldada por outros grupos, como organizações sociais e políticas que realizaram bloqueios nas principais vias de acesso a Buenos Aires.

Os trabalhadores protestaram contra o quadro econômico ruim no país, os cortes de subsídios e outras medidas do governo para tentar ajustar as contas públicas, após o acordo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, reclamam do impacto da alta inflação sobre os salários e da forte subida dos impostos de luz, água e gás.

A CGT destacou o "altíssimo nível" da greve geral. "As medidas adotadas nos últimos tempos estão prejudicando seriamente não apenas os trabalhadores, mas as pequenas e médias empresas, o comércio, as economias regionais e os setores mais vulneráveis do país", afirmou Juan Carlos Schmid, um dos três líderes da CGT.

Durante conferência na sede do sindicato, em Buenos Aires, Schmid assegurou que na greve "o descontentamento se impôs às questões sindicais", e pequenas empresas, pequenos proprietários e população "se manifestaram contra a desordem econômica conduzida pelo governo Macri". Schmid disse que a CGT decidiu convocar a greve após ter "esgotado" todas as instâncias institucionais para encontrar alternativas. "O governo tem de corrigir seu programa econômico (...), que está levando ao desastre."

Adesão. A Argentina amanheceu com as ruas desertas, rodovias que dão acesso às principais cidades fechadas, sem transporte público. Trabalhadores da limpeza pública e das escolas aderiram à paralisação. Funcionários aeronáuticos também pararam e 594 voos foram cancelados, afetando 71 mil passageiros. "Nesta segunda-feira (25) não haverá ônibus, trens, metrô, bancos, tampouco aulas nos distintos níveis da educação, nem coleta de lixo, e haverá apenas plantão nos hospitais públicos para atender a emergências", informou a agência estatal Télam.

Segundo o Clarín, adesão ao movimento se deve, em grande parte, à falta de transporte público. O jornal diz que Macri trabalhou para tentar evitar a paralisação, sem sucesso. Em entrevista a um site, o presidente criticou a greve e disse "que não contribui nem soma nada".

O comerciante Luis Zárate, da região de Don Orione, disse que se juntou ao protesto porque "o custo de vida aumentou 30% e com paritarias (negociações salariais) de aumento de 15% não acho que há trabalhador que chegue ao fim do mês". /

COM INFORMAÇÕES AFP e EFE

Estadão
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