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Sindicato prepara greve de 72h na Eletrobras se privatização for à pauta do Senado

10 jun 2021 - 13h48
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Sindicatos de trabalhadores da estatal de energia Eletrobras têm preparado a realização de uma greve de 72 horas que poderia ser iniciada caso um projeto do governo para privatização da companhia entre na pauta de votações do Senado.

Logo da Eletrobras em instalações da companhia no Rio de Janeiro
REUTERS/Pilar Olivares
Logo da Eletrobras em instalações da companhia no Rio de Janeiro REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

A paralisação não impactaria a geração de energia no Brasil, que tem visto seu parque de hidrelétricas pressionado por uma crise hídrica, mas poderia eventualmente atrapalhar atividades de manutenção e elevar riscos para o sistema, disse à Reuters um líder sindical.

O movimento visa protestar contra os planos do governo Jair Bolsonaro de desestatizar a companhia. Uma medida provisória (MP) com a proposta para viabilizar a operação foi aprovada pela Câmara dos Deputados em maio e agora precisa ser deliberada pelos senadores até 22 de junho para não perder a validade.

"Nós já deliberamos em assembleia, em todas as bases, por uma greve de 72 horas... caso o Congresso, o Senado Federal, coloque em pauta a MP 1031 na próxima semana", afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ), Emanuel Mendes Torres.

Na quarta-feira, o relator da MP sobre a privatização no Senado, Marcos Rogério (DEM-RO), disse que pretende colocar o tema para discussão e possível votação na próxima semana.

Ele disse que pretende submeter seu relatório sobre a medida para votação possivelmente na terça-feira, o que tem feito os sindicatos se mobilizarem previamente.

"Se botar (na pauta do Senado) na terça a gente declara a greve, porque já foi deliberada", disse Torres.

A Eletrobras tem mais de 12 mil empregados, e o sindicalista disse acreditar em forte adesão ao movimento devido à resistência dos funcionários contra a privatização.

Torres disse que a paralisação não vai afetar serviços de geração e transmissão de energia prestados pela estatal, mas não haverá troca de turno das equipes responsáveis por essas atividades durante a greve.

Mas ele disse que o protesto deve tirar da rua equipes de manutenção.

"A princípio, uma greve dessas não afeta o sistema. Mas a gente sabe que, num sistema tão complexo e gigantesco como a Eletrobras... basicamente, quando você não troca o turno e não deixa o pessoal sair para fazer manutenção, é sempre um risco para o sistema.

Os sindicatos também querem realizar na sexta-feira uma manifestação em frente à sede da estatal, no Rio de Janeiro, aproveitando o aniversário de 59 anos de criação da companhia.

A Eletrobras é responsável por cerca de um terço da capacidade de geração de energia no Brasil e metade das instalações de transmissão.

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