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Setor público consolidado vê déficit primário subir 77,1% em agosto, a R$16,876 bi

28 set 2018 - 11h19
(atualizado às 12h34)
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O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de 16,876 bilhões de reais em agosto, alta de 77,1 por cento sobre igual período do ano passado, num desempenho afetado pela fraca performance da União, em meio ao recuo das receitas e aumento das despesas.

Imagem ilustrativa de moedas de real 
15/10/2010 
REUTERS
Imagem ilustrativa de moedas de real 15/10/2010 REUTERS
Foto: Reuters

Em pesquisa da Reuters, contudo, a expectativa era de um déficit ainda maior no mês, de 17,75 bilhões de reais.

O rombo foi puxado pelo resultado do governo central (governo federal, BC e Previdência), que ficou negativo em 20,851 bilhões de reais.

Mais cedo nesta semana o Tesouro apontou que o dado, que veio pior que o esperado, foi afetado pela elevação de despesas, com execução de 1,7 bilhão de reais em financiamento da campanha eleitoral deste ano, além de queda das receitas no período, estas últimas impactadas por maior transferência de recursos a Estados e municípios.

Segundo o BC, os governos regionais tiveram superávit de 3,383 bilhões de reais em agosto, ao passo que as empresas estatais ficaram no azul em 592 milhões de reais.

No acumulado de janeiro a agosto, o setor público consolidado registrou déficit de 34,7 bilhões de reais, bem abaixo do patamar de 60,85 bilhões de reais em igual etapa de 2017. Em 12 meses, o déficit foi a 84,433 bilhões de reais, equivalente a 1,25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e bem distante do alvo fiscal estabelecido pelo governo.

Para o ano, a meta é de um rombo primário de 161,3 bilhões de reais, quinto resultado consecutivo no vermelho. Mas o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, já afirmou que o governo pode fechar com 2018 com performance bem melhor, de um déficit de 125 bilhões de reais.

Em relação ao resultado nominal, que considera o pagamento de juros da dívida pública, houve um déficit de 76,928 bilhões de reais em agosto -- o pior para o mês na série histórica, fortemente afetado pela alta do dólar frente ao real, que fez o BC perder 28,559 bilhões de reais com swaps no período.

O BC lança mão do instrumento, que equivale à venda futura de dólares, para conter a alta do dólar em momentos de volatilidade.

Em agosto, a moeda norte-americana subiu 8,46 por cento, afetada pelos desdobramentos na cena externa e pelas incertezas ligadas às eleições presidenciais, com os agentes questionando a capacidade e comprometimento do próximo ocupante do Palácio do Planalto com ajustes e reformas para reequilibrar as contas públicas.

Em função do dado negativo com swaps, a conta de juros também foi recorde para agosto, atingindo 60,052 bilhões de reais.

DÍVIDA

Em agosto, a dívida bruta foi a 77,3 por cento do PIB, ligeiramente acima dos 77,2 por cento em julho. Isso ocorreu apesar do pagamento antecipado no mês de 70 bilhões de reais pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro, dentro de acordo para devolução de 130 bilhões de reais este ano, movimento que tem como consequência a redução da dívida.

Durante coletiva, o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, ponderou que a investida acabou ofuscada pelo resultado primário deficitário e pelo efeito do câmbio -- a desvalorização, no caso da dívida bruta, impacta apenas os passivos, contribuindo para aumentar o estoque da dívida.

Já a dívida líquida recuou 1 ponto na mesma base de comparação, a 51,2 por cento do PIB. Isso porque como o país tem reservas internacionais denominadas em dólares, os ativos crescem com a alta da divisa.

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