PUBLICIDADE

Sem NY e com agenda esvaziada, Ibovespa tem sexta-feira morna e instável

3 jul 2020 - 11h20
Compartilhar
Exibir comentários

Sem a referência de Nova York, o Ibovespa tem desempenho contido instável nesta sexta-feira. Já testou queda e alta, ainda influenciado por sinais de retomada econômica global e de avanço em vacina contra o coronavírus. No entanto, a ausência de divulgação de indicadores com capacidade para movimentar os negócios e o noticiário negativo limitam os ganhos. Às 10h59, subia 0,13%, aos 96.359,69 pontos.

O mercado acionário europeu cai esta manhã, apesar de novos dados de atividade da China e da Europa reforçarem percepção de retomada econômica. Embora as bolsas norte-americanas fiquem fechadas hoje por conta do feriado em celebração ao Dia da Independência dos EUA, os índices futuros já exibem recuo, porém moderado. A liquidez bastante reduzida deve afetar o Ibovespa.

Em meio a esses sinais de melhora da economia após reabertura, existe a preocupação de que alguns países voltem a ter de adotar medidas de isolamento social para conter avanço no número de casos de pessoas infectadas pela pandemia do novo coronavírus. O exemplo mais emblemático vem dos EUA, em especial da Flórida, onde há recordes de casos por covid-19.

"O mundo permanece animado com o desenvolvimento e expectativa de rápida aplicação de vacinas contra o coronavírus, mas também incomoda uma segunda onda pelo vírus nos EUA, mais especificamente na Flórida", descreve o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

Ontem, o Ibovespa fechou praticamente estável, com elevação de apenas 0,03%, aos 96.234,96 pontos. Chegou a ultrapassar a resistência dos 97.500 pontos (97.864,16 pontos) no pregão, mas não sustentou, diante de temores relacionados ao ritmo da retomada da economia doméstica e, sem dúvida, da mundial.

Embora alguns indicadores de atividade no Brasil tenham sugerido que o pior da crise tenha sido em abril, como mostrou ontem a alta de 7% da produção industrial de maio ante abril, Bandeira pondera que o mercado de trabalho ainda não superou o momento de maior deterioração. A despeito disso, o presidente Jair Bolsonaro disse que o auxílio emergencial não deve se tornar definitivo. Segundo ele, o governo gasta com essa ajuda R$ 50 bilhões por mês, e "não é dinheiro que está sobrando." O assunto deve ser tema do pronunciado que o presidente deve fazer amanhã em cadeia de rádio e televisão.

No exterior, o petróleo também cai, exibindo recuos acima de 1%, mas ainda assim as ações da Petrobras testam alta. Perto de 11 horas, os papéis subiam 0,23% (PN) e 0,13% (ON). No radar do investidor ainda está a notícia de que o Congresso recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar a estatal a submeter vendas de refinarias a parlamentares.

Hoje, a empresa informou que iniciou a divulgação da oportunidade (teaser) para venda da subsidiária Petrobras Biocombustível (PBio), que inclui a totalidade das ações e três usinas de biodiesel. É mais um passo na saída da companhia do setor de biocombustíveis. Nem mesmo a alta de 1,19% do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, no fechamento de hoje, empurra as ações da Vale ON para cima (-0,77%).

Em tempo: a Polícia Federal cumpre nesta manhã mandados de busca em São Paulo contra o ex-governador do Estado José Serra (PSDB) e sua filha Verônica Serra), em uma operação da Força-tarefa Lava Jato que apura o funcionamento de esquema de lavagem de dinheiro no exterior, em favor de agentes políticos e outros operadores. A despeito de considerar a importância de Serra para a política brasileira, o tucano está há algum tempo fora dos holofotes há algum tempo, cita o economista-chefe da Necton, Andre Perfeito.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade