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Rever ativos foi 'banho de sangue', diz Petrobrás

20 mai 2020 - 07h13
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A reavaliação dos ativos da Petrobrás no primeiro trimestre deste ano foi considerado "um banho de sangue" pelo presidente da empresa, Roberto Castello Branco, pela amplitude do reconhecimento de perdas que a estatal decidiu fazer diante do impacto no novo preço do petróleo em projetos da companhia.

Ao todo foram reavaliados R$ 65,3 bilhões, sendo R$ 57,6 bilhões em campos produtores em águas rasas e profundas, que determinaram o maior prejuízo já registrado na história da Petrobrás para um trimestre: R$ 48,5 bilhões.

Segundo Castello Branco, a revisão de ativos, conhecida no jargão financeiro como impairment, não foi surpresa nem para ele nem para o mercado, pois muitos projetos foram contratados por preços bem maiores no passado do que os praticados atualmente. "A revisão dos nossos ativos foi um banho de sangue, mas foi necessária", disse na terça-feira, 19, Castello Branco durante videoconferência promovida pelo Banco Safra.

A revisão levou em conta o preço de US$ 50 o barril de petróleo, diante da cotação em torno de US$ 70 usada para avaliar esses ativos no ano passado. O preço do petróleo mudou de patamar no início deste ano, com o impacto da retração da demanda por conta da pandemia do novo coronavírus, chegando a ser cotado a menos de US$ 20 em meados de abril. Nos últimos dias, porém, a ligeira melhora de algumas economias mundiais, principalmente Estados Unidos e China, fizeram a commodity retomar parte do preço, operando acima dos US$ 30 o barril.

O executivo observou que mesmo com a melhora desta semana, ainda é cedo para dizer se a alta veio para ficar. "Vemos a alta do petróleo de forma cautelosa, pode haver uma 2ª onda (covid-19), a gente não pode eliminar do painel de risco essa possibilidade", afirmou.

Castello Branco disse no encontro virtual com o banco que a maior preocupação da empresa no momento é proteger seu caixa, e que para isso tem buscado a redução de custos para fazer frente às mudanças que o setor vem enfrentando.

Ele afirmou ainda que um dos principais problemas da empresa é o alto endividamento. "Pretendemos continuar a manter, apesar de todas as dificuldades uma colcha de liquidez e evitar a queima de caixa, para chegar (ao fim do ano) com uma dívida de US$ 87 bilhões. Manter a dívida constante será uma vitória."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão
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