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Resultado no 1º tri foi surpresa positiva, diz presidente da Caixa

24 jun 2019 - 14h32
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A Caixa anunciou nesta segunda-feira, 24, lucro líquido de R$ 3,920 bilhões no primeiro trimestre, alta de 22,9% sobre o mesmo período de 2018. "A Caixa conseguiu prometer e cumprir muitas coisas em seis meses. O resultado no 1º trimestre foi uma surpresa positiva, eu não esperava algo tão forte", avaliou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Depois de pagar antecipadamente R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional neste mês, Guimarães anunciou nesta segunda-feira que o banco deve devolver outros R$ 7 bilhões à União nos próximos 30 dias.

Ele destacou que a venda de ações da Petrobras na carteira da Caixa deve alcançar R$ 7,5 bilhões. "Amanhã termina o follow-on histórico da Petrobras", afirmou, durante coletiva de apresentação do balanço do banco no primeiro trimestre do ano, citando a oferta subsequente de ações para saída do banco público da petrolífera. "Com o sucesso da operação da Petrobras, vamos pagar outros R$ 7 bilhões ao Tesouro em 30 dias", completou.

O presidente da Caixa repetiu que a solidez do banco permitiu a antecipação do pagamento de R$ 3 bilhões ao Tesouro nesse mês. "Nenhum dos grandes bancos do Brasil têm um Índice de Basileia como o da Caixa", completou.

O índice de Basileia, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, foi de 20,1%, ante 19,6% no quarto trimestre e 18,3% no primeiro trimestre de 2018.

Balanço

O aumento do lucro no primeiro trimestre deste ano é atribuído pela administração a maiores receitas de prestação de serviços, redução das despesas de calotes (PDD), e estabilidade da margem financeira em relação ao primeiro trimestre de 2018. No quarto trimestre de 2018, o banco público teve prejuízo de R$ 1,113 bilhão. O lucro recorrente ficou em R$ 3,870 bilhões, alta de 5,8% em doze meses e de 740,8% sobre o resultado de R$ 460 milhões no trimestre anterior.

A Caixa encerrou o período de janeiro a março com ativos totais de R$ 1,292 trilhão, alta de 1,6% em 12 meses.

Ressalvas

O presidente da Caixa disse ter a expectativa de que as ressalvas da auditoria externa ao banco possam ser retiradas do balanço do segundo trimestre. "Ainda há muita investigação sendo feita sobre o passado do banco, mas a nossa expectativa é de que ressalvas de auditores sejam retiradas no próximo balanço. (Os auditores) estão gostando das mudanças de governança que estamos implementando, mas a Caixa não tem influência sobre a decisão deles", completou.

O vice-presidente de Distribuição, Atendimento e Negócio da Caixa, Valter Nunes, disse ainda que o programa de renegociação de dívidas lançado no mês passado pelo banco deve ter um impacto de R$ 200 milhões no balanço do segundo trimestre, como reversão de prejuízos.

Foco

O presidente da Caixa voltou a dizer que o foco do banco devem ser as pequenas e micro empresas. Ele criticou operações realizadas com grandes companhias no passado que, segundo ele, fizeram a Caixa perder muito dinheiro. "Eu sempre digo que o foco da Caixa tem que ser a padaria do Seu Joaquim e não as empresas grandes, que fizeram o banco perder bilhões de reais", afirmou.

Guimarães disse ainda que a Caixa fez apenas o básico no caso da Odebrecht. "Uma grande companhia entrou agora em recuperação judicial e a Caixa fez o básico, que foi pedir as suas garantias. Se o banco tem garantias, porque não vai pedir?", completou.

A Carteira de Crédito Ampla da Caixa, ficou em R$ 685,842 bilhões, queda de 2,0% sobre o mesmo intervalo do ano anterior. O banco explica que faz um realinhamento estratégico na carteira de crédito para grandes empresas, que caiu 40% se comparada ao primeiro trimestre de 2018. "A Caixa está diminuindo a concentração dessas operações, garantindo uma carteira mais pulverizada e capaz de apoiar o crescimento de um maior número de empresas", afirmou o banco, no documento.

A Caixa teve lucro líquido de R$ 3,920 bilhões no primeiro trimestre, alta de 22,9% sobre o mesmo período de 2018. A previsão para o segundo trimestre é forte, segundo o presidente. "Nosso balanço do segundo trimestre será histórico", acrescentou Guimarães.

IPO da Caixa Seguridade

O presidente da Caixa afirmou ainda que a oferta inicial de ações (IPO) da Caixa Seguridade será a primeira operação do banco. "O processo já está adiantado e acredito que o IPO da Caixa Seguridade será feito em outubro ou novembro", comentou.

Segundo ele, na sequência o banco deverá abrir o capital da Caixa Cartões e da Caixa Loterias. Já o IPO da Caixa Asset seria o último a ser feito, porque ainda depende da formatação da empresa. "Acredito que podemos ter o triplo de clientes da XP investindo com Caixa Asset. Teremos provavelmente os maiores fundos imobiliários do País, um com as agências e outro com prédios próprios", completou.

Guimarães adiantou ainda que a vice-presidente em exercício de Administração e Gestão de Ativos de Terceiros, Thaís Peters, deverá ser a presidente da Caixa Asset.

Crédito imobiliário

O presidente da Caixa disse também que o banco projeta um crescimento entre 20% a 30% no crédito imobiliário em 2019, superando os R$ 230 bilhões neste ano na carteira com recursos próprios e SBPE. "Vai haver um resultado muito melhor no segundo trimestre em crédito imobiliário", afirmou.

A Caixa anunciou mais cedo, junto com os dados do primeiro trimestre fiscal, que o saldo de crédito imobiliário cresceu 3,3% sobre o mesmo período do ano anterior, para R$ 447,4 bilhões, dos quais R$ 270 bilhões (10,9% superior) com recursos do FGTS e R$ 177 bilhões (queda de 6,5%) com recursos próprios e SBPE.

Em relatório da administração, o banco destaca que detém a liderança desse mercado com 68,8% de participação, ganho de 0,32 p.p. em 12 meses. Na comparação com o quarto trimestre, o aumento foi de 0,6%.

Guimarães também afirmou que o banco está realizando um estudo sobre a quantidade de agências, que pode levar ao fechamento de alguns pontos, mas também a abertura de novos postos de atendimento. "Não fecharemos nunca uma agência que seja a única em uma localidade. Fecharemos apenas as agências que estejam uma ao lado de outra, com prejuízo. Além disso, um temos plano forte de expansão de agências em áreas com crescimento potencial", completou.

Banco Pan

O presidente da Caixa confirmou ainda que a instituição pretende deixar ainda este ano a sua participação no Banco Pan. "O Pan foi motivo de perdas relevantes para a Caixa, mas tivemos agora um retorno de cerca de R$ 600 milhões com a aquisição da participação no banco", afirmou. "Estamos conversando com o BTG para sair do Banco Pan neste ano. Não faremos nada que não seja coordenado com os sócios (o BTG)", completou.

Guimarães disse ainda que a Caixa deixará a participação na corretora WIZ. "Não faz sentido a Caixa ser o único grande banco sem corretora 100% própria. Vamos deixar a participação na corretora WIZ, não há interesse em continuarmos como sócios", afirmou. Segundo ele, o banco concentrará sua operação de corretora na Caixa Seguridade.

Estadão
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