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Renova Energia prevê retomar obra de parque eólico após embolsar empréstimo

5 mar 2021 - 19h30
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A Renova Energia, empresa de geração limpa que tem a Cemig como principal acionista e está em recuperação judicial, pretende retomar no próximo mês as obras de seu mais importante ativo, o parque eólico Alto Sertão III-Fase A, paralisado há anos.

Turbina em usina de geração de energia eólica no Brasil
REUTERS/Paulo Whitaker
Turbina em usina de geração de energia eólica no Brasil REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

A construção do projeto na Bahia será possível devido a recursos de um empréstimo de cerca de 362,5 milhões de reais junto à Quadra Gestão de Recursos embolsados pela Renova nesta sexta-feira, disse à Reuters o presidente interino da companhia, Marcelo Milliet.

A operação, na modalidade, "debtor in possession" (DIP), foi fechada junto à Chipley Participações, subsidiária da Renova.

"São marcos importantíssimos de nossa estratégia de recuperação da empresa, porque ela deixa de ficar na promessa para efetivamente retomar as obras. Elas devem ser retomadas, por nossa expectativa, na primeira semana de abril, logo depois da Páscoa", afirmou Milliet.

"E temos expectativa de, no comecinho do ano que vem, já ter uma parte do parque entregando energia para o mercado."

Quando concluído, o empreendimento teria potencial de gerar lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) anual de 250 milhões, estimou Milliet.

"Realmente vai ser um gerador de recursos para equacionar todo o endividamento da empresa", afirmou.

O principal executivo da Renova disse que, mesmo com essa injeção de recursos, Alto Sertão III-Fase A deve demandar mais 60-70 milhões de reais.

Mas a companhia espera obter esses recursos com vendas de ativos previstas em seu plano de recuperação judicial.

Apenas a venda da Brasil PCH, que controla pequenas hidrelétricas, poderia gerar 1 bilhão de reais, disse Milliet.

Um leilão para venda do ativo está previsto para setembro ou outubro dentro do plano de recuperação da Renova, e o Santander foi contratado para apoiar a operação.

"Com a venda dessa empresa, vamos quitar o empréstimo (da Quadra). E ainda vão sobrar recursos mais que necessários para completar o parque (Alto Sertão)", afirmou o CEO.

O empréstimo da Quadra à Renova tem prazo de nove anos para pagamento, com taxa de 18% ao ano, disse ele. A Renova havia anunciado um acordo para a operação em setembro passado.

BNDES, BANCOS

O presidente da Renova disse que os principais bancos credores da empresa deram aval à assinatura pela empresa do empréstimo junto à Quadra, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que realizou um empréstimo-ponte de quase 1 bilhão de reais para Alto Sertão III-Fase A.

"Conseguimos 100% de adesão dos bancos que financiavam Alto Sertão III... o BNDES abriu mão de uma parte das garantias para que a gente pudesse equacionar toda a dívida", explicou Milliet.

Ele acrescentou que o plano de recuperação da Renova prevê que ela conclua e passe a operar o parque na Bahia, para futuramente retomar o desenvolvimento de projetos em carteira.

No momento, a companhia também tem conversas em andamento com credores para converter dívidas em participação em seu capital, disse o executivo.

Ele afirmou que já houve manifestação de interesse por credores na conversão em ações de cerca de 332 milhões de reais em créditos, mas não forneceu detalhes, uma vez que as negociações não estão fechadas.

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