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Reestruturação da Odebrecht complica com fracasso de venda da Braskem, dizem fontes

4 jun 2019 - 13h51
(atualizado às 13h57)
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O fracasso na venda da Braskem para a LyondellBasell e a falta de caixa estão complicando a tarefa de reestruturar 80 bilhões de reais em dívidas da Odebrecht fora de uma recuperação judicial, afirmaram três fontes com conhecimento do assunto.

REUTERS/Carlos Jasso
REUTERS/Carlos Jasso
Foto: Carlos Jasso / Reuters

A Odebrecht estava contando com os dividendos da Braskem para cumprir pagamento de juros de sua divida, mas uma ordem judicial em abril suspendeu o pagamento da remuneração numa ação aberta após surgimento de crateras e fissuras em três bairros de Maceió que ficam em áreas próximas de atividades de mineração da petroquímica.

O negócio para vender a Braskem também poderia ter gerado uma entrada de caixa importante para o conglomerado.

Procurada, a Odebrecht SA afirmou que a recuperação judicial não é objetivo da Odebrecht SA.

Alguns credores, especialmente bancos estatais, vinham evitando pressionar a Odebrecht nos últimos três anos, dando tempo para a companhia reestruturar sua dívida, mas agora não estão mais dispostos a esperar.

A venda da Braskem para a Lyondell estava em discussão há um ano e meio e a Odebrecht tem trabalhado em reestruturação da dívida com bancos locais nos últimos três anos.

Inicialmente, a Odebrecht queria apenas transformar suas ações da Braskem em ações da Lyondell. Mas, sob pressão dos credores, já tinha concordado em receber um aparte em dinheiro para pagar os bancos.

Há um ano, os maiores bancos privados brasileiros, Bradesco e Itaú Unibanco fizeram um acordo com a Odebrecht, provendo um empréstimo de 2,6 bilhões de reais para dar um respiro ao grupo, que se esperava na época que fosse de dois anos.

As ações da Braskem detidas pela Odebrecht estão em alienação fiduciária aos bancos, e pela legislação brasileira, teriam que ser excluídas de uma eventual recuperação judicial da holding.

Os bancos cobraram aumento de garantias, recebendo mais ações da Braskem. O refinanciamento naquela época incluiu também Banco do Brasil, Santander Brasil e BNDES, que concordou em mudanças nas garantias mas se recusou a prover dinheiro novo. Segundo os termos do acordo, a Odebrecht usou 100 milhões de reais para pagar parte da dívida com o BB.

Nos últimos dois anos, os bancos brasileiros aumentaram provisões para um eventual default da Odebrecht, mas nem todos aumentaram garantias reais.

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