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Protestos param indústria de soja e exportadores

29 mai 2018 - 12h04
(atualizado às 12h09)
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Algumas empresas exportadoras de commodities com operações no Brasil já estão analisando a possibilidade de declarar "força maior" nos embarques de soja, disse à Reuters um representante do setor, em meio aos impactos dos protestos dos caminhoneiros, que já duram nove dias.

"Alguns exportadores já estão informando as contrapartes sobre a possibilidade de 'default'. Alguns associados já estão analisando a possibilidade de declarar 'força maior'", disse o assistente executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Lucas Trindade, sem revelar nomes.

A eventual declaração de "força maior" --quando uma das partes avalia não ser possível honrar o acordo firmado em razão de fatores externos-- teria potencial de impactar o mercado global, uma vez que o Brasil é o maior exportador da commodity.

A soja é o principal item da exportação do Brasil, cuja safra que acabou de ser colhida registrou um recorde de quase 120 milhões de toneladas neste ano.

"O porto de Santos (SP) não recebe carga por rodovia desde o dia 21 de maio, só por ferrovia, mas ainda há estoques. Em Paranaguá a situação é pior. O porto vive uma situação muito curta de estoques", destacou Trindade.

Ambos os terminais são a principal rota de escoamento da soja brasileira.

Na véspera, o diretor-geral da Anec, Sergio Mendes, havia alertado para a possibilidade de o país não conseguir exportar tudo o que se espera em termos de grãos neste ano.

Pelas estimativas de diversas entidades e consultorias, o Brasil deve embarcar em 2018 um recorde de mais de 70 milhões de toneladas da oleaginosa. O país é líder global em vendas da oleaginosa.

Também nesta terça-feira, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reafirmou que todas as unidades processadoras de soja estão paradas em decorrência dos protestos. Entretanto, a expectativa é de que as atividades retornem gradativamente ao normal conforme os bloqueios começam a ser dispersados.

Dados repassados pela Abiove mostram que no país há 138 processadoras da oleaginosa em atividade. O processamento previsto pela associação para este ano é de 43,6 milhões de toneladas.

Segundo a entidade, são 52 usinas de biodiesel no Brasil, com capacidade instalada de 22,8 milhões de litros do produto por dia.

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