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Produção industrial sobe após 3 meses de queda, aponta IBGE

Resultado em agosto ante julho foi o melhor desempenho para o setor desde o pós-greve de caminhoneiros, em junho de 2018

1 out 2019 - 09h41
(atualizado às 11h40)
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A produção industrial subiu 0,8% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta terça-feira (1º) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O ajuste sazonal significa que épocas do ano ou eventos que podem alterar, positiva ou negativamente, os resultados foram descartados.

A alta de 0,8% na produção industrial em agosto ante julho foi o melhor desempenho para o setor desde o pós-greve de caminhoneiros, em junho de 2018, quando cresceu 12,6%. Os resultados são da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço no mês de agosto interrompeu três meses consecutivos de quedas, período em que a indústria acumulou uma perda de 0,9%.

O resultado veio acima da mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, positiva em 0,20%, e dentro do intervalo das previsões, de queda de 0,50% a avanço de 1,00%.

Em relação a agosto de 2018, a produção caiu 2,3%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 4,00% a 1,30%, com mediana negativa de 3,15%.

No ano de 2019, a indústria teve queda de 1,7%. No acumulado em 12 meses, a produção da indústria acumulou recuo de 1,7%.

Fábrica de alumínio em Pindamonhangaba, SP
19/07/2015
REUTERS/Paulo Whitaker
Fábrica de alumínio em Pindamonhangaba, SP 19/07/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Produção de bens de capital cai

A produção da indústria de bens de capital caiu 0,4% em agosto ante julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com agosto de 2018, o indicador recuou 3,7%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF).

No ano, houve elevação de 0,7% na produção de bens de capital. No acumulado em 12 meses, a taxa ficou positiva em 1,6%.

Em relação aos bens de consumo, a produção registrou queda 0,7% na passagem de julho para agosto. Na comparação com agosto de 2018, houve redução de 1,8%. No ano, a produção de bens de consumo subiu 0,3%. No acumulado em 12 meses, a produção encolheu 0,3%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção diminuiu 1,8% em agosto ante julho. Em relação a agosto de 2018, houve redução de 5,6%. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve queda de 0,4% na produção em agosto ante julho. Na comparação com agosto do ano passado, a produção caiu 0,7%.

Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção aumentou 1,4% em agosto ante julho. Em relação a agosto do ano passado, houve uma diminuição de 2,1%. No ano, os bens intermediários tiveram redução de 2,8%. Em 12 meses, houve diminuição de 2,6% na produção.

O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou estabilidade (0,0%) em agosto.

Crescimento está concentrado em poucas atividades

Apesar da alta de 0,8% registrada pela indústria em agosto ante julho, apenas 10 das 26 atividades pesquisadas tiveram aumento de produção, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Esse crescimento na indústria em agosto está concentrado em poucas atividades", apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, lembrando ainda que a alta na produção industrial se dá sobre uma base de comparação mais baixa, uma perda acumulada de 0,9% nos três meses anteriores de quedas. "A indústria permanece negativa nas demais comparações", acrescentou o pesquisador.

Em agosto, a principal influência positiva foi do crescimento de 6,6% das indústrias extrativas, quarta taxa positiva consecutiva, acumulando um ganho de 25,2% no período. A atividade vinha de três meses anteriores de quedas na produção, de fevereiro a abril, quando acumulou uma redução de 24,2%.

Em agosto ante julho, houve aumento na produção tanto de minério de ferro quanto de petróleo, apontou Macedo.

"Em minério, teve a volta de unidades produtivas que estavam paradas por conta do maior rigor após o acidente de Brumadinho (rompimento da barragem da Vale em janeiro deste ano). E no petróleo, houve a retomada de unidades que estavam paradas para manutenção", explicou o pesquisador do IBGE.

Indústria opera 17,3% abaixo do pico de produção de 2011

A alta de 0,8% registrada pela indústria em agosto ante julho amenizou a distância entre o patamar de produção atual e o ponto mais elevado já registrado na série histórica da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, o patamar de produção estava 17,3% menor que o auge alcançado em maio de 2011.

"Então reparem que ainda tem um espaço importante a ser recuperado para superar as perdas do passado. Mesmo considerando essa melhora de ritmo para esse mês, a gente ainda está ali no patamar do início de 2009, entre janeiro e fevereiro", afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

No mês de agosto, a fabricação de bens de capital estava 33,4% abaixo do pico de produção registrado em setembro de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operavam 28,0% aquém do ápice de produção visto em junho de 2013. Já os bens intermediários estavam 16,6% abaixo do pico visto em março de 2011, e os bens de consumo semi e não duráveis operavam 10,7% aquém do auge registrado em junho de 2013.

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