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Produção de açúcar e etanol no centro-sul cresce e supera expectativa em 2017/18

10 abr 2018 - 13h37
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A safra de cana 2017/18 no centro-sul do Brasil chegou ao fim, em 31 de março, com produção de açúcar e etanol maior frente às expectativas iniciais, resultado de uma moagem também superior ante o esperado e de um melhor rendimento industrial.

Trator carrega cana-de-açúcar em plantação em Ribeirão Preto 15/09/2016 REUTERS/Nacho Doce
Trator carrega cana-de-açúcar em plantação em Ribeirão Preto 15/09/2016 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

De acordo com dados fechados divulgados nesta terça-feira pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a região processou 596,3 milhões de toneladas de matéria-prima no ciclo, abaixo dos 607,1 milhões de 2016/17, mas acima dos 585 milhões esperados inicialmente pela própria entidade.

Em paralelo, as usinas do centro-sul fabricaram 36,05 milhões de toneladas do adoçante em 2017/18, alta de 1,2 por cento na comparação anual e maior também em relação aos 35,2 milhões esperados inicialmente pela própria entidade.

A produção foi puxada, em grande parte, por um mix mais açucareiro nos primeiros meses da safra e por uma nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) maior, de 136,6 kg por tonelada de cana moída, alta de 2,7 por cento em relação à temporada passada e superior aos 134,4 kg considerados pela associação anteriormente.

"Esse aumento na concentração de açúcares por tonelada de cana permitiu que a safra 2017/18 atingisse uma oferta total de 81,46 milhões de toneladas de ATR, compensando a queda na moagem e superando a oferta de ATR do ciclo 2016/17 em 1,72 por cento", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, em nota.

Conforme ele, em termos de produtos fabricados, a safra atual foi maior do que o ciclo passado.

Com efeito, além da fabricação mais forte de açúcar, a de etanol também superou as expectativas.

Em 2017/18, o centro-sul produziu 26,09 bilhões de litros de álcool, acima tanto dos 25,65 bilhões do ano passado e dos 24,7 bilhões projetados pela Unica.

Para Rodrigues, "o maior destaque nessa safra foi o crescimento na produção de etanol hidratado".

"Mesmo com retração no volume de cana, o setor ampliou a oferta do renovável em mais de 650 milhões de litros", afirmou a entidade, citando uma produção de 15,67 bilhões de litros do álcool usado diretamente nos carros flex (alta de 4,5 por cento ante 2016/17.

Vale destacar que, do total produzido na safra, 521,58 milhões de litros foram fabricados a partir do milho (alta de 123 por cento), o que também contribuiu para um melhor resultado.

COMERCIALIZAÇÃO

O interesse das usinas pelo etanol se fortaleceu no segundo semestre do ano passado, em meio a altas tributárias maiores para a gasolina, seu concorrente direto.

Isso puxou as vendas do biocombustível pelas usinas e destilarias da região, que somaram 26,91 bilhões de litros em 2017/18, contra 25,96 bilhões em 2016/17. Os volumes consideram a comercialização tanto no mercado doméstico quanto externo.

Considerando-se apenas o hidratado, as vendas na temporada atingiram 16,3 bilhões de litros (+9,4 por cento), sendo 15,87 bilhões apenas para o consumo interno (+10,7 por cento).

Só em março, as vendas internas de hidratado totalizaram 1,40 bilhão de litros, crescimento de 32,4% em relação a igual mês de 2017 e o maior volume para o mês desde a safra 2014/15.

"Geralmente as vendas de hidratado se reduzem na entressafra e a demanda demora várias semanas para se restabelecer após o início da moagem de cana. Neste ano, entretanto, as vendas do produto em março continuaram elevadas e isso deve garantir um mercado de etanol aquecido desde a primeira semana da safra 2018/19", afirmou o diretor da Unica.

"Esse cenário de consumo está alinhado com a expectativa de safra 2018/2019 mais alcooleira e deve ampliar a garantia de suprimento de combustível limpo e renovável no mercado doméstico."

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